PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

25 abril 2008


Ensaio sobre as mudanças climaticas no planeta

O FUTURO DA ÁGUA EM TORNO DO AQUECIMENTO GLOBAL

O planeta Terra possui uma área total de 510 milhões de km², desse total 70% está coberto de água. Esta água é representada, sobretudo pelos oceanos e mares, mas também, pela água dos rios, lagos e geleiras. A água é de fundamental importância para a vida do homem pois atua como regulador térmico, para a pratica da agricultura, para a produção de energia, meios de transporte, abastecimento das cidades e alimentação.
Dentre os 70% de água existente no planeta, a grande maioria encontra-se nos oceanos e mares de água salgada e uma pequena parte de água doce. Segundo dados do Jornal A Tarde de 25/03/2001, 97% da água mundial é salgada, enquanto 3% é potável.
A água doce do mundo é encontrada nos lagos, rios, pântanos, atmosfera, geleiras, calotas polares e no subsolo. A maior parte encontra-se nas geleiras e calotas polares (77%) e no subsolo (22%), segundo pesquisa do Jornal A Tarde de 25/03/2001.
A água representa uma constante mobilidade através do processo de evaporação. A água passa para a atmosfera, onde se condensa (nuvens) e posteriormente precipita-se (chuvas).
Ao cair no solo, a água pode encontrar vários caminhos: evaporação, infiltração (lençóis subterrâneos), escoamento (águas correntes), ou podem permanecer paradas, dando origem a lagos, lagoas, etc.
Os pontos mais altos do terreno cumprem o papel de divisores de água. Entre os divisores forma-se uma rede de captação na qual toda água converge para o mesmo ponto, a chamada vertente. “Que verte; que se discute; de que se trata. Declive de montanha, por onde derivam as águas pluviais.” (Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, pág. 1242, Editora Nova Fronteira, 23/04/2007)
São as vertentes onde se encontram as bacias Hidrográficas com seus principais rios, seus afluentes e subafluentes.
O Brasil, particularmente, orgulha-se por ter a maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica, e por representar cerca de 12% das águas emersas do mundo segundo fonte do site http://www.wwf.org.br/. O Brasil ainda detém maior parte do Aqüífero Guarani em seu território, o maior aqüífero de água potável do mundo.
Porem todo esse manancial dentro de alguns anos poderá entrar em extinção. Isso se deve ao aquecimento em alta gradatividade ocasionado por gases estufa na Terra e pela poluição do manancial de água doce do mundo.

“O efeito estufa é talvez o impacto ambiental que mais assusta as pessoas. Fazem-se previsões catastróficas acerca do derretimento do gelo dos pólos e das montanhas e a conseqüente elevação do nível dos oceanos e inundação de centenas de cidades litorâneas.” (Sene, Eustaquio de; Geografia Geral e do Brasil, Editora Scipione, 23/04/2007)

Os impactos sociais do aquecimento global com relação a água são democratizados, ou seja, atingira a todos, sem distinção de cunho econômico, social ou cultural. Atingem, indistintamente, ricos e pobres, operários e patrões, etc.
Outro fato de tamanha importância é a poluição das águas. As fontes de água doce, as mais vitais para os seres humanos são justamente as que mais recebem poluentes. Muitos lugares do planeta, cidades e zonas agrícolas correm serio risco de ficar definitivamente sem água. A causa fundamental dessa tragédia ecológica, que pode eventualmente piorar se medidas serias não forem tomadas, e o aumento acelerado de varias formas de poluição, alem da ocupação desordenada em regiões de preservação de mananciais.

“As fontes de poluição das águas são varias e estão muito dispersas pela superfície terrestre. Embora o fenômeno seja mais concentrado e mais visível nos complexos sistemas urbanos, surge também nos ecossistemas naturais agrícolas.” (Sene, Eustaquio de; Geografia Geral e do Brasil, Editora Scipione, 23/04/2007)

A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. Hoje em dia, controlar o uso da água significa deter poder.
As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada as desigualdades sociais.

“Menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a industria e apenas 6% destina-se ao consumo domestico.”( www.unesco.org; 23/04/2007)

Cerca de 1,2 bilhões de pessoas - 35% da população mundial – não tem acesso a água tratada, segundo dados da ONU. Diante deste dado temos uma constatação que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Vivemos em um mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.
Com o aumento da urbanização e da industrialização ampliou a demanda pelo gasto de água. Uma população que vivia na zona rural, que antes dependia de poço da aldeia, hoje, urbanizada, o uso da água encanada fez o consumo de água triplicar.
Se os governos dois países carentes de água não adotarem medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.
O primeiro passo em direção a esse objetivo é eliminar os subsídios da água que incentivam a ineficiência.
A alta demanda populacional propicia a poluição das águas. Nas cidades, onde se concentra a massa populacional, há um elevado consumo de água, e consequentemente, uma infinidade de fontes poluidoras, tanto na forma de esgotos domésticos como de efluentes industriais.
Parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.

“A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos ou vazamentos atingem 40% e 60%, alem de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado.” (Flesch, Nadson da Silva, www.estado.com.br; 26/04/2007)

Há muitos rios e lagos na Amazônia e no Pantanal contaminados com mercúrio, por causa do garimpo de ouro. Esse metal é usado para separar os pequenos pedaços de ouro que estão misturados na areia, cascalho, etc. No processo de garimpagem. O cascalho contaminado com o mercúrio é devolvido ao rio poluindo solos e as suas águas.

“A solução pra o problema da poluição das águas nos grandes centros urbanos industriais se resume em uma palavra: tratamento. Há a necessidade de implantação de um sistema de coleta e tratamento dos esgotos domiciliares e industriais para que, depois de utilizada, a água retorne limpa a natureza.” (ISA – Instituto Sócio ambiental; www.socioambiental.org/website/index.cfm; 25/04/2007)

Próximo a cabeceira do Rio São Francisco, no norte de Minas Gerais, as águas de Velho Chico são poluídas com metais pesados das extrações de minerais nos garimpos. No submédio e baixo São Francisco, a poluição, alem dos agrotóxicos é também registrada através de esgotos das cidades e povoados.

“O que falta mesmo é uma conscientização por parte das pessoas, no sentido de não atirarem lixo no rio e em suas margens.” (Luciana Gouveia; Promotora de Justiça da Comarca de Bom Jesus da Lapa – Bahia; 14/05/2007)

ESCASSEZ DE AGUA: O BIG BANG DO SÉCULO

A água representa vida para as pessoas e para a Terra. É o elemento mais precioso para que os seres vivos possam subsistir e cumpri a sua natural evolução.
Porem, segundo dados do IBGE-2000 ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento do uso e do consumo de água, a poluição dos mananciais, o manejo inadequado dos ecossistemas hídricos e a escassez da água, devido as ações do ciclo do homem – desenvolvimento – efeito estufa, ocasionaram alterações climáticas no globo terrestre, especialmente em locais onde antes haviam chuvas distribuídas regularmente.
A persistirem as mudanças do clima no globo terrestre, um aumento de 2º C na temperatura media do planeta elevaria de 662 milhões para 3 bilhões o numero de pessoas ameaçadas pela escassez de água, segundo dados da WWF.

“O futuro não surge apenas no ato do presente, mas o ato do presente transporta vetores ao futuro.” (Flesch, Nadson da Silva; www.estado.com.br; 26/04/2007)

No caso do Brasil, a situação também é preocupante, apesar de o país ter uma situação de disponibilidade hídrica privilegiada, pois a água não se encontra distribuída de maneira uniforme.
O relatório, Países Ricos, Pobre Água, realizado pela WWF é uma das primeiras visões panorâmicas das questões da água doce no mundo desenvolvido. Mostra que a combinação de mudanças climáticas, secas e perda de áreas úmidas, que acumulam água como esponja, ao lado de infra-estruturas inadequadas para a água e a má gestão dos recursos hídricos, esta globalizando a crise.

“Riqueza econômica não se traduz em abundancia de água. A água precisa ser utilizada de forma mais eficiente mundo afora. Escassez e poluição estão se tornando cada vez mais comuns e a responsabilidade de encontrar soluções cabe tanto a países ricos como a países pobres.” (Jaime Pittock, diretor do Programa global da água doce do WWF International; 26/04/2007)

Os problemas de água afetando tanto paises ricos como pobres um alerta para que se volte a proteger a natureza como fonte de recursos hídricos. O Brasil apesar de liderar o mundo com seu Plano Nacional de Recursos Hídricos, as preocupações continuarem sendo algumas propostas de construção de barragens.

“Diante do problema global de escassez e da poluição das águas, o Brasil precisa aprender com os erros da Europa e da América do Norte. Temos a oportunidade de escolher um rumo mais sustentável. Essa preocupação, entretanto ainda passo longe da agenda dos candidatos a Presidência da republica que comandarão a nação nos próximos quatro anos.” ( Denise Hanrai; Secretaria-Geral do WWF-Brasil 26/04/2007)

Outro problema constante é a morte dos rios. Rios como o São Francisco esta sofrendo processo de assoreamento causado por intervenção do homem. Outros estão sofrendo completo processo de poluição como, por exemplo, o rio Tietê em São Paulo.
O uso inadequado se dá quando ela é retirada e retorna para o sistema hídrico na forma imprópria, em que não pode ser reutilizada.
A água usada na irrigação é frequentemente contaminada por sais pesticidas e herbicidas. As indústrias e centros urbanos também retornam água contaminada para os mananciais da superfície sob o solo. Rios secos são um bom exemplo do uso inadequado dos recurso das água doce. Os usos excessivos em um lugar significam escassez em outro.
Um dos exemplos mais lamentáveis do mau uso da água é dos rios Huang Hea, Colorado e o Sebelli, secos antes de chegar ao oceano. Outro exemplo de desastre ambiental está no Mar de Aral. O Mar de Aral situado no Uzbequistão era o quarto maior mar interior da Terra, com 66,1 mil km². Suas águas eram renovadas pelos rios Amu Daria e Sri Daria. O desvio da água desses rios para o processo de irrigação das plantações de algodão, realizados no governo da URSS consumiram e secaram 90% da água que chegava ao Aral. O resultado foi um desastre, 27 mil Km² secaram e o que era fundo do mar virou deserto de sal. A fauna desapareceu.

“A escassez é cada vez maior e o aumento da rivalidade em torno da água, que ameaçam a paz e as tarefas de eliminação da pobreza, nos obrigam a procurar uma repartição mais eficaz e igualitária desse recurso essencial.” ( Renato Stckler, www.folha.com.br/imagem; 26/04/2007)

Era o maior lago do mundo e fonte de uma grande industria pesqueira, que garantia a renda e o trabalho. Um verdadeiro oásis em uma região desértica. Nas ultimas quatro décadas, o Aral perdeu 60% de sua extensão e três quartos do volume de água. A salinidade triplicou desde então e muitos moradores são levados ao confinamento em casa por dias, as vezes semana, durante as freqüentes tempestades de areia e sal. Alguns especialistas prevêem que ate 2010 o Aral sumirá definitivamente do mapa. O desastre ecológico do Mar de Aral é considerado um dos mais graves de todos os tempos. O desaparecimento do Aral é considerado irreversível por muitos. O desastre ficará marcado na historia geológica do planeta como a primeira grande cicatriz deixada pelo homem na Terra.
Infelizmente entre o ideal e o real há uma distancia muito grande. É preciso rever o que se está tentando fazer para encontrar um equilíbrio entre a necessidade capitalista de acumulação, que em cada escala mundial, causa impactos ambientais e desigualdades sociais. É a apropriação da natureza de forma sustentável, combinada com a melhoria das condições de vida dos seres humanos.

AQUECIMENTO GLOBAL: GRANDE DESAFIO

O efeito estufa é talvez o impacto ambiental que mais assusta as pessoas. São previsões catastróficas sobre o derretimento do gelo dos pólos e das montanhas e a conseqüente elevação do nível dos oceanos e rios e inundação de centenas de cidades litorâneas.
O aquecimento global, provocado pela emissão de gases de efeito estufa por parte, sobretudo de paises ricos, alterará o ritmo natural de degelo e alterará as chuvas, o que terá efeitos na capacidade das represas e no fornecimento em determinadas épocas do ano.
A ameaça é clara em certas partes do mundo. Cientistas afirmaram que as regiões com mais risco são a bacia do Rio Reno, Alemanha, zonas do Canadá e Peru, onde as geleiras das montanhas diminuíram 25% nas ultimas três décadas.
Recentes pesquisas do Instituto Planck, da Alemanha, admite que uma duplicação na emissão de décadas de carbono (CO2) na atmosfera pode provocar uma elevação media de 3ºC na temperatura terrestre.
Cientistas afirmaram que o efeito estufa terá conseqüências significativas nas regiões mais ricas de gelo e neve e, eventualmente, perturbará o fornecimento de água.
A neve se acumulara menos no inverno e se degelara antes, na primavera, o que levará a necessidade de se revisar as infra-estruturas de reserva de água porque as represas não poderão conter o ciclo anual de neve e chuvas.
O Grupo Intergovernamental de Estudos Sobre Mudanças Climáticas (GIEC) prevê que ate 2100 deve haver um aumento de 1.8ºC a 4ºC na temperatura media do planeta.
O derretimento das geleiras e das plataformas de gelo é a mais marcante e convincente prova do aquecimento global. Em 20 anos, o Ártico perdeu uma área superior ao estado de Para em plataformas de gelo. Na Antártida, uma plataforma inteira, chamada Larsen B se desintegrou em 2002.
Quando todo o gelo da Groenlândia, maior ilha do mundo se derreter, o mar vai subir por boa parte do sudeste da Inglaterra. Na Florida um aumento de cinco metros no nível do mar deixara Miami 80 km mar adentro.
Mas não são somente problemas urbanos que ira aparecer. Se a temperatura do mar continuar subindo por muito tempo, as algas não vão voltar. Os corais vão morrer.
O gás carbônico que é mandado para a atmosfera faz com que a terra esquente. Cerca de metade do CO2 que emitimos não sobe para a atmosfera, ao contrario, desce e é absorvido pelos oceanos. Quanto mais CO2 o mar absorve, mais acido ele fica.
Os oceanos mais ácidos são uma ameaça não somente para uma ou outra espécie. A acidez tem o potencial de dizimar os plânctons e assim acabar com a principal fonte de comida pra uma variedade enorme de peixes e ate o maior mamífero do planeta, a baleia, pode ficar sem comida.
O semi-árido nordestino será uma das regiões brasileiras mais afetadas pelas mudanças climáticas globais. Alguns indicadores apontam que o processo de aquecimento global também significará uma redução no nível de água dos reservatórios subterrâneos. O nordeste pode ser um dos prejudicados, já que detêm boa quantidade de aqüíferos subterrâneos, como pr exemplo Dias D’Ávila na Bahia.
A redução da água nos aqüíferos nordestinos pode chegar a 70% até o ano 2050 diz o pesquisador Jose Alves Marengo do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

“O projeto de transposição do rio São Francisco com certeza não inclui os cenários sobre mudanças climáticas.” (Marengo, Jose Alves; CPTEC; 26/04/2007)

A Amazônia é um objeto de polêmicas. Os cenários do IPCC indicam que a Floresta Amazônica corre sérios riscos de virar savana na parte oriental, mesmo sem considerar incêndios e desmatamento.
Em 2005 a Amazônia começou a sentir os primeiros impactos supostamente acontecidos pelo aquecimento global. A Amazônia viveu a pior estiagem dos últimos 50 anos. Foram igarapés secos, barcos encalhados em bancos de areia de rios, mortandade de peixes, populações isoladas sem ter como se locomover e sem ter o que comer.
Cientistas não confirmaram que tal ato foi acontecido pelo aquecimento planetário, mas as evidencias vão se acumulando. Exemplos disso são as enchentes que tem ocorrido com freqüência ao redor do mundo como as que aconteceram na Tailândia recentemente, furacões com o Katrina em Nova Orleans (EUA), ciclones como o Catarina na região sul do Brasil, dentre outros.

“O Rio Negro, na região de Manaus esteve tão baixo apenas quatro ou cinco vezes em 102 anos de registros.” ( Nobre, Carlos Artur; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Ele explica que a causa do fenômeno seria um aumento entre um e dois graus das águas do Atlântico, ao norte da América do Sul, o que acrescentaria uma grande concentração de chuvas nesta região. O resultado seria um movimento descendente do ar em regiões próximas como a Amazônia e, consequentemente, a diminuição da formação de nuvens.

“A grande ameaça para a Floresta é a conjunção entre fatores climáticos planetários e os problemas locais, como a derrubada indiscriminada de arvores.” (Paulo Moutinho, ecólogo, Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia, 26/04/2007)

Moutinho considera que no mínimo, a seca que esta ocorrendo na Amazônia é um indicio bastante forte e um alerta para o problema do aquecimento global. Nos últimos cem anos a temperatura da Terra aumentou 1ºC, o suficiente para causar varias alterações no clima.
O caso do continente africano ainda é pior. O continente que menos emite gases estufa cerca de 4% esta sendo o primeiro a sentir as conseqüências. O deserto continuara mais quente, o rio Nilo secará, o gelo das montanhas dói Quênia derreterão e as savanas ira sumir.
Outros lugares que estão sentindo as conseqüências do efeito estufa é o Andes e os Alpes. Espalhados por nove paises europeus, os Alpes perderam 30% e 40% de sua cobertura de gelo nos últimos 150 anos.
A geleira de Mer de Glacê, que fica no Maciço Mont Blanc, na França, diminuiu 1,5Km. A geleira Saint Sorlin perdeu um quilometro.
Nos Andes não esta sendo diferente. Cientistas calculam que boa parte das geleiras dos Andes desaparecera nos próximos 15 anos. E as conseqüências podem ser dramáticas. O abastecimento de água de cidades da América do Sul será gravemente prejudicado. Lima, capital do Peru, cidade de solo desértico, que depende essencialmente da água das geleiras poderá ter o futuro comprometido.

“A retração generalizada das geleiras das montanhas pode constituir o indicio que mais atesta o aquecimento do clima terrestre, um fenômeno que integra muitas variáveis climáticas.” (Lonnie Thmpson, Universidade de Ohio, 26/04/2007)

O ritmo do derretimento é tal que a geleira Qori Kalis, no Peru, parte da Quolccaya, a maior calota de gelo tropical do mundo, poderá desaparecer totalmente nos próximos cinco anos.

“Nossas altas montanhas são como o terceiro pólo do Planeta, são as regiões do globo mais frias e também as mais sensíveis ao aquecimento.” (Henry Diaz, Administração Americana de Oceanos e atmosfera – NOAA, 26/04/2007)

CHUVA ÁCIDA: DADIVA DO AQUECIMENTO PLANETARIO

As chuvas mesmo em ambiente não poluído são acidas. A combinação de água e gás carbônico presentes na atmosfera produz ácido carbônico, que embora fraco torna as chuvas normalmente acidas. Assim as chuvas acidas que tanto se fala e causam graves estragos são resultantes da elevação exagerada dos níveis de acidez da atmosfera em conseqüência do lançamento de poluentes produzidos pelas atividades humanas.
Os principais componentes pelo fenômeno da chuva acida é o SO3 ( trióxido de enxofre) e o NO2 (dióxido de Nitrogênio). Os paises que mais colaboram para a emissão dos gases são os industrializados do hemisfério norte. Por isso as chuvas acidas acontecem com mais intensidade nesses paises.
Alem de causar corrosão de metais, de pinturas e de monumentos históricos, as chuvas acidas provocam impactos muitas vezes a centenas de quilômetros das fontes de poluidoras. Descobriu-se recentemente que milhares de lagos da Escandinávia esta se tornando acidificados devido as chuvas acidas.
As chuvas acidas também vem provocando a destruição de cobertura vegetal. As florestas que restaram na Europa Ocidental não estão resistindo a essas chuvas acidas. A Floresta Negra na Alemanha esta morrendo lentamente.
No Brasil o caso mais grave aconteceu em Cubatão, município litorâneo do Estado de São Paulo.

AQUIFERO GUARANI: A SOLUÇAO?

As águas superficiais presentes nos rios e lagos estão cada vez mais poluídas e escassas, situação esta agravada pelo descontrole dos desmatamentos e uso abusivo de agrotóxicos na agricultura, o que torna a importância das águas subterrâneas mais ainda. As águas subterrâneas acumulam-se no subsolo nos poros e fraturas das rochas. Algumas rochas são mais porosas do que as outras e funcionam como gigantescas esponjas, onde as águas ficam armazenadas, com a grande vantagem de poderem ser consumidas diretamente sem a necessidade de tratamento prévio.
O aqüífero Guarani tem uma área de influencia extensa, estando disponível para captação nos estados do centro – oeste, sudeste e sul do Brasil e parte do Paraguai, Uruguai e Argentina.
É um dos maiores reservatórios do mundo de água subterrânea, com um volume estimado de 48000km³, tem uma quantidade suficiente de suprir o Brasil por 3500 anos.
Hoje o aqüífero Guarani conta com um programa de prevenção. O projeto Aqüífero Guarani inclui convênios sobre medidas para controlar a extração de água subterrânea.

“Que isso esteja sendo feito antes do advento de uma crise histórica.” (Axel Von Trosenberg; diretor do Banco para Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai; Folha de São Paulo; 14/05/2007)

CONCLUSÃO

Sabemos que a água ocupa 60% do equivalente ao ecossistema do Planeta. Sabemos também que a vida originou através da água. Não é por acaso que quando cientistas descobrem água em outros planetas, há uma mobilização na busca de vida.
A água é fonte de vida e ela vem sendo aniquilada pela própria “vida”, tida como um ser complexo capaz de pensar. São águas poluídas por objetos orgânicos e inorgânicos, rios sofrendo processos de assoreamento, mares tornando verdadeiros desertos, chuvas cada vez mais acidas, a Terra esquentando e milhares de pessoas sofrendo com tal acaso.
Porem o principal problema causador de um futuro desastre ecológico é o Aquecimento Global. A elevação da temperatura normal do Planeta vem fazendo com que rios sequem, corais morram e as geleiras derretam. O derretimento de placas de gelos nos pólos esta fazendo com que o nível dos oceanos se eleve. A maior floresta tropical do mundo pode sofrer um processo de savanização.
O Aquecimento Global é fato e segundo cientistas, irreversível em torno de 100 anos.
A emissão de gases estufas por paises industrializados vem sendo discutidos. O Protocolo de Kyoto já começou a ser aceito e vários países estão aderindo.
A terra esta doente e algo tem que ser feito para que não ficamos doentes juntamente com ela.

04 abril 2008

PDDU vai promover mais desigualdades sociais em Salvador

PDDU, que o prefeito João Henrique conseguiu aprovar numa polêmica sessão na Câmara Municipal, vai prejudicar a cidade de Salvador, a orla, incluindo o Rio Vermelho, e vai promover mais desigualdades sociais. Esta é a opinião do vereador Everaldo Augusto, 50 anos, morador do bairro do Rio Vermelho, em entrevista exclusiva a Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista.

Fagner Abreu: Qual a sua relação com o governo municipal?

Everaldo Augusto: A relação atual do PCdoB com o prefeito João Henrique é uma relação de independência. Nós apoiamos o prefeito João Henrique no segundo turno, o partido ocupou uma secretaria na sua gestão, com um quadro importante do nosso partido, fazendo um trabalho exemplar na educação, um trabalho inovador. O trabalho começou com a vereadora Olívia Santana, que informatizou a matrícula, acabou com as filas e com aquele caos que existia todos os anos. Inovou no ponto de vista pedagógico incorporando na grade pedagógica a história afrobrasileira. O trabalho foi dado continuidade com o ex-vereador Ney Campelo.
No final do ano de 2007, nós (PCdoB) nos afastamos da gestão municipal e assumimos uma opinião crítica por um projeto apresentado pelo prefeito João Henrique. E também, para atender à necessidade de manter independência e pleitear uma candidatura a prefeito em Salvador, seria incoerente continuar apoiando a gestão municipal atual. Mas nós temos críticas à forma como o prefeito vem administrando a cidade, em vários aspectos. É uma grande liderança política, no entanto, deixa a desejar quando a gente vai fazer uma avaliação em ponto de vista da administração da cidade e do ponto de vista até das ultimas posições políticas que ele (prefeito) vem adotando. Há uma opinião bastante critica com relação ao PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano). Todos esses elementos favoreceu a uma posição de saída do PCdoB do governo municipal.

Fagner Abreu: Qual foi a posição do PC do B em relação ao processo de aprovação do PDDU?

EA: A nossa posição em relação ao PDDU é de crítica desde o início, ainda quando o PCdoB fazia parte do governo. Nós não fomos oposição ao PDDU por alguma razão habitual. Nós encaramos o PDDU como um projeto de cidade para Salvador, que tem que levar em conta que nós temos uma cidade bastante desigual. Se existe uma característica para Salvador é com relação às desigualdades. Mais de 80% da nossa população vivem excluídas dos nossos serviços públicos, excluídas do acesso às oportunidades de estudo, de saúde e essas desigualdades estão agora patentes. Salvador tem a menor renda per capita de todas as capitais brasileiras. A proposta do PCdoB é que se deve preparar Salvador para o século XXI, porém sem desigualdades. Em nossa opinião, o PDDU aprofunda essas desigualdades. O PDDU aponta um maior investimento onde a população tem maior poder aquisitivo. Uma outra questão é que esse PDDU é muito genérico com relação à população mais pobre. Com relação à saúde, moradia, trabalho, dentre outros fatores sociais, o PDDU é bastante generalizado. Mas com relação à orla de Salvador, às questões ambientais, ele é muito detalhista, fazendo com que todo esforço realizado pelos segmentos públicos, se realmente for implantado o PDDU, vai esvair-se. Nós fomos contra e não ficamos sozinhos. Nossa opinião foi compartilhada com base nos estudos feitos pelas universidades, CREA, pela OAB, pela AVI, pelos movimentos sociais, ambientalistas, pelo PT, PSDB, PPS, PSB e nota-se que maior parte desses partidos que se posicionaram contra o PDDU faziam parte da base de sustentação do governo. O governo fez uma opção, se afastou da sua base e se aproximou de seus adversários de antigamente no caso da direita e centro para poder aprovar essa proposta do PDDU.

Fagner Abreu: Se realmente o PDDU for implantado, quais serão as conseqüências?

EA: Para se construir em Salvador, como em qualquer outra cidade, existe uma norma padrão. Com esse PDDU que foi aprovado, as normas como defesa do meio ambiente, patrimônio histórico, foram derrubadas. Nesse ponto de vista, o que vai acontecer de imediato é o seguinte: as áreas verdes da cidade e os recursos naturais serão privatizados. Os grandes empreendimentos imobiliários irão construir condomínios de luxo. Ou seja, a beleza natural de Salvador vai ser privatizada e quem se beneficiará dessa beleza será a população de altíssimo poder aquisitivo. Em determinados lugares da praia vai ser impossível tomar banho de sol. As praias vão ficar sombreadas já que a praia se aproxima das ruas. A ocupação dessa área da cidade vai provocar um adensamento populacional em uma determinada parte da cidade que vai ocasionar um aumento de tráfego, de carros, engarrafamentos.

Fagner Abreu: O portal A Tarde on line (21/01/2008) fez uma matéria apontando que Salvador tem um déficit populacional equivalente a 20 mil. O que faz gerar isso?

EA: O déficit habitacional é maior. Esses 20 mil equivalem ao número de novas pessoas que vêm morar em Salvador. A cidade não está preparada para isso. As áreas de melhor ocupação para moradia foram destinadas para outras finalidades ou para propriedade particular de alguns. A cidade passou 20 anos sem fazer condições habitacionais. Agora que conseguiu fazer, graças a um programa do governo Lula, do Ministério das Cidades, para atingir a população de risco, que estava sem moradia. Esses novos moradores vêm para a cidade devido à falta de oportunidades de emprego, de educação em sua cidade natal. Uma outra razão é que as pessoas vêm pra Salvador devido à beleza, à qualidade de vida.

Fagner Abreu: Como o PDDU vai interferir no bairro do Rio Vermelho?

EA: Se realmente o PDDU for posto em ação, os bairros à beira-mar, como o Rio Vermelho, vão passar por mudanças trágicas nos vetores de moradia. A orla irá mudar suas características com relação aos prédios, que só podem ser construídos até três andares. Irá se beneficiar com a modernização, mas sofrerá o adensamento populacional. E isso não é bom para o bairro, que não conta com estrutura para isso.

Fagner Abreu: Foi o PDDU que mais decepcionou o senhor no governo João Henrique?

EA: O PDDU é uma grande decepção, não só para mim, mas como para toda a população. Eu esperava outra coisa do prefeito João Henrique. Sua trajetória política não ia nessa direção, de fazer todas as concessões para o capital especulativo imobiliário. Não existe justificativa para isso. Espero que seja a última decepção que o povo de Salvador tenha.

Fagner Abreu: Cogita-se que o PCdoB terá candidatura própria para a prefeitura, com a vereadora Olívia Santana. Esta afirmação procede?

EA: O nome da vereadora Olívia Santana foi discutido abertamente pelo partido nas suas últimas conferências. Foi discutido com os aliados e com os movimentos sociais a possibilidade de Salvador ter um novo projeto. E esse novo projeto pra gente é o nome da vereadora Olívia Santana como candidata a prefeita de Salvador.

Fagner Abreu: Sabemos que o PT é um dos principais aliados do PCdoB. E também que o deputado federal Nelson Pelegrino ainda quer se candidatar para a prefeitura. A candidatura da vereadora abala as relações do PCdoB com o PT?

EA: Esta é uma situação normal. O próprio PT avalia isso como normal também. É um direito democrático do PCdoB pleitear uma candidatura própria, mesmo sendo aliado histórico do PT. Isso não tira do PCdoB a autonomia e a independência que ele sempre teve. Acredito que o PT irá apoiar a candidatura da vereadora Olívia Santana.

Fagner Abreu: O senhor sai candidato esse ano?

EA: Vou apresentar a minha candidatura à reeleição. Depende do povo agora.

SAIBA MAIS

Everaldo Augusto é vereador da cidade de Salvador pelo PC do B. Nasceu na cidade de Brumado, interior da Bahia, a 650 km da capital. Participou do movimento secundarista e iniciou a vida de trabalhador aos 18 anos, como auxiliar de operações de auto-fornos na Magnesita, mineradora instalada em sua cidade.
Em 1978 veio para Salvador estudar, atuou no movimento estudantil da capital e fez parte da Diretoria da Confederação Interiorana de Estudantes Secundaristas e Universitários. Foi bancário do antigo Baneb, atual Bradesco, bacharel em Letras, licenciado, é professor da rede pública de ensino e mestre em Literatura Brasileira pela UFBA.