PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

30 maio 2008

A ABRAÇO SISAL CRESCE, ABRACO BAHIA CAI

A ABRACO (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias) é uma ONG cujo papel principal é lutar pela regulamentação das rádios comunitárias no Brasil. As rádios comunitárias para conseguir uma concessão do Governo Federal precisam percorrer um longo caminho.

A ABRACO Nacional para abranger o Brasil de uma forma igualitária, dividiu-se em diretorias regionais. A diretoria da Bahia é dirigida por Arlene Freire que é coordenadora da ABRACO SISAL que abrange toda a região sisaleira da Bahia.

A ABRACO Bahia é dividida em varias regiões. A região sisaleira da Bahia é dirigida pela ABRACO SISAL.

A ABRACO SISAL foi criada em 2004 com o objetivo de contribui para a efetivação de oportunidades locais de democratização da comunicação na região sisaleira da Bahia. Passou a gerir juridicamente em 2005, quando em Assembléia Geral para aprovação de seu marco legal, foi eleita e tomada a posso a diretoria e foi feita a construção de seu planejamento estratégico.
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso a repressão para o fechamento das rádios comunitárias foi imediato. A existência de rádios comunitárias não era de grande valia para o governo Tucano, já que a estrela brilhava dentro dessas instituições.

Na região sisaleira a Anatel trabalhou com afinco fechando as rádios ali existentes. A Abraço Bahia lutou muito para que a Abraço Sisal crescesse e tivesse autoridade frente a Anatel.
Hoje a Abraço Sisal é dirigida por Arlene Freire, tendo como secretario Milton Santos da Trindade, Silvano Manuel como tesoureiro e Edisvanio do Nascimento Pereira como coordenador de formação.

A Abraço Sisal tem conseguido inúmeros empreendimentos como: Curso de Comunicação Social na UNEB, Rede de Rádios Comunitárias, veiculação de campanhas do MOC e do Sebrae, Criação do CODES (Eixo de comunicação dentro do território do SISAL), inicio de assessoria ao Litoral Norte e Agreste de Alagoinhas dentre outros territórios.

São ao todo 16 rádios comunitárias que a Abraço SISAL engloba.

29 maio 2008

Brasil na final da Copa do Mundo de Ginástica

Em seu retorno às competições depois de uma cirurgia no joelho direito, o brasileiro Diego Hypólito conseguiu a melhor nota na fase classificatória da prova de solo na Copa do Mundo de ginástica, em Moscou. O atual bicampeão do mundo entra na disputa por medalhas a partir das 4 horas (horário de Brasília) de sexta-feira.

Além de Diego, o Brasil marcará presença em duas outras finais. Também no solo, as ginastas Ana Cláudia Silva e Jade Barbosa garantiram vaga na disputa por medalhas.

Ana Cláudia vai à decisão com a terceira melhor nota e Jade, com o sétimo lugar na classificação.

Jade Barbosa também avançou na trave, com a sexta melhora marca. A outra brasileira no aparelho, Laís Souza, perdeu o equilíbrio e ficou apenas com o 30º lugar, longe de uma vaga para brigar pelo pódio.

24 maio 2008

Pensar no Parque

Fotografias tiradas por Fagner Abrêu em um sábado no Parque da cidade.




Um passeio pelo parque peguei a câmera e comecei a fotografar o belo dia ensolarado. As crianças felizes brincavam com uma infantil sensibilidade naqueles brinquedos que para eles significavam muito...











...Uma criança com um olhar um poco assustado e ao mesmo tempo sapeca olhando pra lente da câmera...










... Eis que surge um sorriso e um olhar para aquilo que possa ser o futuro a ser alcançado...















... E ela corre...












... No fim a purificação!

16 maio 2008

Morre a famosa baiana Dinha do Acarajé

Com Informações do Grupo do A Tarde
A baiana de acarajé, Dinha, 56 anos, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 16, no Hospital Aliança. Ela estava internada há seis dias com dispnéia (falta de ar) e virose. Dinha recebeu alta médica na noite desta quinta-feira, 15, quando retornou para casa.
De acordo com Edvaldo da Cruz Junior, filho de Dinha, ao chegar em casa ela teve nova crise e voltou ao plantão de emergência do Hospital, onde teve uma parada cardio-respiratória e morreu à 1h50 da madrugada.
Dinha sofria de diabete e hipertensão. O velório e enterro serão no Cemitério Jardim da Saudade. O sepultamento acontece às 16h30 desta sexta. A quituteira deixa três filhos: Eliana, 38, Edvaldo, 37, e Elaine, 26.
Lindinalva de Assis, que ganhou o apelido de Dinha, faria aniversário no próximo dia 20. Ela era uma das baianas mais famosas de Salvador.

15 maio 2008

Imprensa mundial critica filme de brasileiro

A seguir, veja o que as principais agências de notícias mundiais comentaram sobre "Ensaio sobre a Cegueira".
France Presse
"Metáfora da sociedade humana, de um suspense angustiante, o filme de Meirelles faz do espectador uma testemunha da violência e o convida a refletir sobre o ser humano e seus mais baixos instintos, além da sua capacidade de amar e seu senso de responsabilidade.
Contudo, em meio a esta violência extrema e de caráter quase apocalípticos da história, Meirelles encontra momentos para expressar ternura e até mesmo humor".

Ansa
"O filme de abertura do 61º Festival de Cannes e último trabalho do diretor brasileiro Fernando Meirelles, 'Blindness', recebeu poucos aplausos da platéia após a sua projeção.
Em uma sala lotada, jornalistas assistiram ao filme com atenção e de forma silenciosa".
Reuters
"A escolha de 'Ensaio sobre a Cegueira' para abrir Cannes é adequada para uma edição que privilegia o cinema sul-americano".
"Fernando Meirelles disse que abrir o festival de Cannes é uma honra e também uma pressão, mas acrescentou: 'Para ser franco, acho que este não é o melhor filme para abrir um festival'".

Efe
"Gravado em inglês e japonês, a maior parte do filme foi rodada em São Paulo para não mostrar um perfil de cidade reconhecível. Trata-se de uma produção que mostra até onde o ser humano pode chegar em situações extremas, algo que não é nenhuma novidade, pois já explorado em outros filmes.
Apesar do bom planejamento, montagem e atuação, o filme tem uma trilha sonora pouco adequada, uma história mais previsível do que deveria e um roteiro que parece buscar uma justificativa moral para as ações dos personagens".
"... A originalidade do grande romance de Saramago não é explorada por Meirelles, que fez um filme inspirado na estética de 'Filhos da esperança', de Alfonso Cuarón, e que também lembra "Babel", de Alejandro González Iñárritu, com sua mistura de nacionalidades, raças e idiomas.
Com uma estética futurista-catastrofista, fruto de um bom trabalho de ambientação, 'Blindness' explora o pior do ser humano, mas sempre deixando um grande resquício de esperança".
Os jornalistas aplaudiram o filme por cinco minutos.
Porém, na mostra de ontem para os artistas Fernando Meirelles foi muito ovacionado. Por oito minutos artistas Hollywoddianos aplaudiram o cineasta brasileiro. Atores como Kate Blanchett, de Elizabeth, Angelina Joulie dentre outros aplaudiram o "Ensaio sobre a cegueira" na sessão de Gala.

14 maio 2008

Brasileiros em Cannes

Cinema
Já não é mais novidade ouvir que um cineasta brasileiro está concorrendo a um premio importante do cinema mundial. O primeiro filme brasileiro a ter sucesso mundial foi o Pagador de Promessas, em 1962. Deste filme em diante, as portas do cinema internacional abriram para a pequena, mas talentosa, investida Tupiniquim.
O Pagador de Promessas é um filme de Anselmo Duarte, baseado na historia de Diaz Gomes. Em 1962 concorreu a melhor filme estrangeiro no Festival de Cannes, sendo vitorioso, recebendo a Palma de Ouro. Concorreu ao oscar em 1963 como melhor filme estrangeiro, mas perdeu para Sempre aos Domingos, do francês Serge Bourguignon.

Em 1995 foi a vez de O Quatrilho, filme de Fabio Barreto, ser um dos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O Quatrilho perdeu para o russo O Sol Enganador, Nikita Mikhalkov. O Quatrilho foi o vencedor do Festival de Cinema de Havana ganhando os prêmios de melhor atriz, Gloria Pires, melhor Direção de Arte e melhor Trilha Sonora.
Em 1997, O que é Isso Companheiro?, foi o próximo a concorrer o Oscar. O drama de Bruno Barreto é baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira. O filme perdeu o prêmio para o Tcheco Kolya de Jan Sverak.

Central do Brasil, de Walter Salles conseguiu um feito inédito até então. Além de conseguir a indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, levou junto a atriz Fernanda Montenegro a concorrer ao Oscar de melhor atriz. O filme perdeu para o italiano A Vida é Bela e Fernanda Montenegro para Gwynelth Paltrow, por Shakespeare Apaixonado. Além de concorrer ao Oscar, o filme recebeu o Urso de Ouro e Fernanda Montenegro o Urso Prata por melhor atriz no Festival de Berlim em 1998.
Em 1999 concorreu ao Globo de Ouro na França como melhor filme estrangeiro vencendo a categoria.

Em 2003 foi a vez de Cidade de Deus bater um novo recorde. O filme não concorreu como melhor filme estrangeiro, mas foi indicado a quatro categorias: melhor fotografia, melhor direção (Fernando Meirelles), melhor edição e melhor roteiro adaptado. Cidade de Deus foi o considerado um dos melhores filmes do mundo pela crítica internacional.

Em 2005, graças ao sucesso internacional de Cidade de Deus, Fernando Meirelles foi convidado a dirigir O Jardineiro Fiel. A atriz Rachel Weiz venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante e foi vencedora do Globo de Ouro, pelo filme.

Atualmente, o último prêmio internacional do cinema brasileiro foi o filme Tropa de Elite. O filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Passados oito anos de Central do Brasil ter ganho o prêmio, agora foi a vez de José Padilha trazer o premio para o país.

Fernando Meirelles apresentou ontem no Festival de Cannes o seu mais novo trabalho. Blindness é uma adaptaçao do livro Ensaio Sobre a Cegueira do autor portugues Jose de Saramago. O filme poderá concorrer a Palma de Ouro assim como o nosso diretor.

Agora é só torcer.

13 maio 2008

Balanço do Dia

com informações do Grupo A Tarde a do Grupo Folha

Marina Silva pede demissão da pasta do Ministerio do Meio-Ambiente

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregou na manhã desta terça (13) uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o seu desligamento do cargo. O motivo da demissão ainda não é conhecido. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente, o pedido tem caráter irrevogável. O Palácio do Planalto não confirma ter recebido o pedido de demissão. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, a ministra está em casa e não pretende se pronunciar antes da resposta da Presidência da República. Na tarde de ontem, antes de tomar a decisão de deixar a pasta do Meio Ambiente, Marina Silva teria se consultado com o ex-governador do Acre, Jorge Viana, e também com o atual mandatário de seu Estado, Binho Marques. Ontem mesmo ela teria escrito uma carta ao presidente Lula, que foi entregue no Planalto na manhã desta terça-feira.Apesar de a informação não ser ainda confirmada pelo Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), lamentou a decisão da ministra.
"A ministra Marina Silva é uma militante histórica do PT, da causa ambiental e da Amazônia. Ela imprimiu ao ministério aquelas que são as suas convicções e deu uma contribuição muito importante para o governo."

Justiça não da o Habeas Corpus ao pai e madrasta de Isabella

No despacho em que negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e decidiu que o casal --pai e madrasta da menina Isabella -- deve permanecer preso, o desembargador Caio Canguçu de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirma que a tese da acusação de homicídio e alteração na cena do crime é "efetivamente possível". A defesa informou que irá recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Reunião dos rodoviarios termina sem acordo

A audiência de negociação entre rodoviários e empresários do setor realizada nesta terça-feira, 13, na sede do Ministério Público do Trabalho, no Corredor da Vitória, terminou sem acordo sobre o reajuste da categoria.
Trabalhadores e patrões continuarão com as negociações. Poder público, sindicato dos rodoviários e das empresas querem evitar o dissídio coletivo para que não haja greves nem prejuízos para a população.
A rodada de negociação teve início às 9h30 e foi encerrada por volta das 12h. Participaram da reunião o procurador do município, Pedro Guerra, o secretário municipal do transporte, Antonio Almir Santana Júnior; o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro; o advogado da entidade, Saul Quadros; o diretor do sindicato dos rodoviários, Cléber Paiva e o diretor de comunicação, Ubirajara Santos.
A reunião seria realizada na sede do Setps, mas foi transferida para a Procuradoria Regional do Trabalho porque o procurador Marcelo Brandão, que intermedia as negociações, convocou trabalhadores e patronato a pedido do município de Salvador.

Mãe de Isabella concede entrevista

Com informações da Central Globo de Jornalismo

Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, decidiu que era hora de falar. Desde a trágica morte de sua filha, ela não tinha concedido entrevista a nenhuma TV, falava pouco quando era surpreendida por algum repórter.

Em entrevista exclusiva à reporter Patrícia Poeta, apresentadora do Fantástico da Rede Globo ela desabafa. Comenta sobre a entrevista exclusiva dada ao programa pelo pai e pela madrasta da menina. Comenta também sobre a prisão de Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni e comenta como era a sua relação com Alexandre.

Leia a entrevista na íntegra.

Patrícia Poeta: Mais de um mês depois da morte da Isabella, como é que você está se sentindo hoje?

Ana Carolina de Oliveira: Eu ando muito angustiada. Meus dias têm sido muito angustiantes. Acho que só Deus sabe de onde eu tenho tirado forças para conseguir continuar minha vida, porque depois de uma tragédia dessa, e de tudo que está acontecendo, a vontade que você tem é de se entregar junto, de que a sua vida acabou. Então, assim, pela minha filha, eu arrumo forças para continuar e conduzir minha vida por ela, porque eu estou aqui para lutar por ela.

Patrícia Poeta: Qual foi o momento mais difícil até agora para você?

Ana Carolina de Oliveira: O momento mais difícil foi depois desse mês, que eu voltei a trabalhar. A minha volta do trabalho é muito difícil. Eu me sinto... Acho que é a pior hora do dia para mim, porque eu sei que eu vou chegar em casa e ela não vai estar. As horas que eu vou dormir, e as horas que eu rezo para Deus realmente me dar força, para eu continuar, porque está sendo uma situação muito difícil para mim.

Patrícia Poeta: O que você lembra? Tem alguns momentos em que você pára para pensar na Isabella?

Ana Carolina de Oliveira: A hora mais difícil realmente é o momento de voltar para casa, porque quando eu saía para trabalhar ela estava dormindo. Quando eu volto, era a hora que a gente tinha de brincar, de eu ajudar a fazer lição. E sempre que ela ia dormir, porque nós dormíamos juntas, então, sempre que a gente ia dormir, tinha dia que ela pedia para dormir comigo, que a gente dormia com a perna entrelaçada. Ela me pedia toda noite para contar uma historinha diferente. São essas horas as horas mais difíceis para mim.

Patrícia Poeta: Que boas lembranças você guarda dela?

Ana Carolina de Oliveira: Ela era uma criança maravilhosa, que me ensinou muito. Como pessoa, como mulher e principalmente como mãe. A sabedoria de ser mãe, porque ela me ensinou muito.

Patrícia Poeta: A gente pode continuar?

Ana Carolina de Oliveira: Pode.

Patrícia Poeta: Eu vi que quando você entrou, você trouxe essa girafinha (uma girafinha de pelúcia).

Ana Carolina de Oliveira: Nós tínhamos três ursinhos, um azul, que foi um ursinho que eu estava no dia do enterro, esse, que ela ganhou, e uma Magali. Cada noite que a gente ia dormir, ela falava: ‘Mamãe, hoje você quer dormir com qual?’ Cada noite a gente fazia um revezamento e escolhia quem ia dormir com qual bichinho. Esse daqui é um que traz uma lembrança muito grande para mim.

Patrícia Poeta: Ana, demorou um pouco para cair a ficha?

Ana Carolina de Oliveira: Demorou. Pelo fato de ela ir para lá, para casa do pai no final de semana, eu tinha... Você aprende a lidar com a situação de passar alguns dias longe. Então, na primeira semana eu ainda estava com a sensação de que foi uma semana que ela foi passar férias, uma semana que ela esteve lá e que eu tinha esperança de que ela fosse voltar, ia chegar o domingo. Até um dia depois do meu aniversário, que ia chegar domingo e ela ia aparecer. E que ia tocar a campainha da minha casa e ela ia voltar.

Patrícia Poeta: Você achava que ela pudesse voltar?

Ana Carolina de Oliveira: Eu ainda acho. Tem algumas horas do meu dia que... É como eu te falo, para mim, a noite é muito mais difícil. Chega a noite, eu acho que ela vai voltar.

Patrícia Poeta: Pelo menos pelos últimos anos, eu não lembro de um caso que tenha chocado, e que tenha mexido com tantas famílias brasileiras como o caso Isabella. Entre tantas notícias, entre tanta gente falando, o que chamou a atenção foi o seu silêncio. Ter se afastado, ter ficado quieta. Foi uma decisão sua, pensada?

Ana Carolina de Oliveira: Não. Foi a maneira que eu escolhi de até obter um entendimento do que tinha acontecido, entendeu? Eu também não sabia de toda a situação, de toda a história, como a população. Foi uma maneira que eu escolhi para também não falar sem saber. É o que eu escolhi para mim. Eu escolhi para mim não querer falar e não me expor. Foi somente...

Patrícia Poeta: Você queria esperar as investigações?

Ana Carolina de Oliveira: Exatamente.

Patrícia Poeta: Você tem sido muito forte desde que tudo isso aconteceu. Mas para algumas pessoas, isso foi confundido como frieza. Você sentiu isso, você ouviu comentários das pessoas?

Ana Carolina de Oliveira: Eu escutei muitos comentários desse tipo. Eu não consigo, por exemplo, aqui eu estou super nervosa, eu não consigo chegar aqui ou em qualquer lugar e simplesmente chorar. Chorar muitas vezes soa falsidade. Não é porque eu choro ou que qualquer outra pessoa chore que seja sinceridade. Eu tenho os meus momentos, os momentos que são os mais difíceis da minha vida, como eu te falei. Quando eu volto do trabalho é uma hora que eu choro muito. Eu choro muito. Quando eu vou dormir... A maneira que eu encontrei força foi de realmente ser pela minha filha e achar que a justiça precisa ser feita. Então eu vou ter forças para continuar, por ela.
Patrícia Poeta: Por isso que você aceitou dar essa primeira entrevista e dessa vez na frente das câmeras?

Ana Carolina de Oliveira: Hoje eu me sinto mais preparada para falar do assunto. Não que eu esteja, assim como eu te falei, eu estou muito nervosa, eu suo muito. Eu me sinto nervosa, mas um pouco mais preparada para falar do assunto.

Patrícia Poeta: No sábado em que tudo aconteceu, onde você estava quando recebeu a ligação?

Ana Carolina de Oliveira: Eu tinha ido a um churrasco de uns amigos, que, inclusive, era bem longe da minha casa, e eu voltei. Estava voltando de lá e estava indo para casa de uma outra amiga minha que estava comigo no churrasco. Eu estava entrando na casa dela, que é bem próxima ao apartamento, porque ali no bairro, pelo que todas as pessoas perceberam, a minha casa, a casa dos pais dele, a delegacia e o fato são locais bem próximos. Eu cheguei com muita rapidez ao local porque eu estava próxima. Eu estava entrando na casa. Então eu entrei e saí. Já estava com a bolsa na mão, estava entrando e o celular tocou, eu atendi o celular e já logo saí.

Patrícia Poeta: Quem ligou para você?

Ana Carolina de Oliveira: A Anna Carolina.

Patrícia Poeta: O que ela falou para você?

Ana Carolina de Oliveira: Ela gritava muito, ela gritava muito. Poucas coisas que ela falava eu entendia. Eu entendi que jogaram ela, teve alguma hora que, pela gritaria, pelo nervosismo que eu fiquei na hora, eu entendi que ela tinha caído na piscina. Eu gritava para ela, eu falava: ‘faz respiração boca a boca, vê o que vocês podem fazer. Vocês já chamaram resgate?’. Nesse caminho que eu estava indo para lá. Tanto que eu desliguei o telefone na esquina, a casa que eu estava, dessa minha amiga, era tão perto que, quando eu desliguei o telefone com ela, eu estava na esquina da rua, entrando na rua. Ela estava ali na rua. A Anna Carolina estava ali na rua, e quando eu estava chegando ela acenou ainda. Eu abri a porta do carro e desci do carro, com o carro andando, estava meio devagar mas o carro estava andando. Entrei correndo pelas escadas e ela estava logo ali no chão.

Patrícia Poeta: Quando você chegou lá, a Isabella ainda estava viva? Ela ainda respirava?

Ana Carolina de Oliveira: Estava. Ela respirava. O coração dela batia e ela estava no chão. Eu ajoelhei na frente dela e a única coisa que eu falei para ela, coloquei a mão no peito dela e falei ‘Filha, fica calma, mamãe está aqui. Vai dar tudo certo’. A minha vontade, quando eu cheguei, era de pegá-la e levá-la, de tirar ela dali e levar para socorrer ela. Só que eu não conseguia mensurar a altura que ela tinha caído.

Patrícia Poeta: Você não sabia que era do sexto andar?

Ana Carolina de Oliveira: Eu sabia que era do sexto andar, mas eu não conseguia, eu não conseguia olhar para cima, para ver. Então, a minha preocupação foi com ela, eu estava muito centrada em tê-la ali, fosse com problema, com qualquer problema, com qualquer seqüela, mas eu queria minha filha viva. Uma coisa... Ela estava com a cabecinha de lado. Então eu falei, será que deve ter prejudicado ela? Como estava viva, a minha maior esperança era ela continuar viva. Eu pensei que se eu tirasse ela dali, eu pudesse mexer alguma partezinha do corpo dela que fosse, que eu pudesse prejudicá-la, entendeu? Que eu pudesse, pelo fato de querer tirar ela dali, causar outro problema, entendeu?

Patrícia Poeta: O que você sentiu naquele momento, quando você a viu ali?

Ana Carolina de Oliveira: Uma dor muito grande de eu não poder ter defendido, de eu não poder estar ali com ela naquele momento.

Patrícia Poeta: O que o pai e a madrasta falaram para você logo quando você chegou?

Ana Carolina de Oliveira: Eles não me falaram nada. Eles nem conversaram comigo. O Alexandre estava próximo e ficou próximo dela. Ele ia para todos os lados e falava para a polícia: ‘Sobe, sobe’. Ele deu muita ênfase para a polícia invadir o prédio, que tinha alguém lá e ela gritava muito. Ela gritava, gritava, gritava. E eu não consegui ter o foco das pessoas que estavam ali. Eu só conseguia pensar e olhar para ela. Tanto que por duas vezes ela ainda suspirou, que talvez fosse a hora que ela teve uma parada cardiorrespiratória. E eu estava ali, focada nela, porque o resto não me interessava, eles não me interessavam.

Patrícia Poeta: A sua mãe estava no hospital com você?

Ana Carolina de Oliveira: A minha mãe chegou no edifício ainda. Eu estava dentro da ambulância, a minha mãe entrou na ambulância, porque ela não sabia direito o que tinha acontecido. Ela sabia apenas que ela [Isabella] tinha caído do prédio, mas não sabia também o que tinha acontecido. Nós fomos, a minha mãe teve que sair da ambulância, porque não dava para ir lá, mas a minha família toda seguiu para o hospital.

Patrícia Poeta: Quando você a viu ali, você já imaginava que ela tinha sido vítima de esganadura? Alguém já tinha falado alguma coisa para você sobre isso?

Ana Carolina de Oliveira: Quando eu a vi no chão, ela estava com a mãozinha roxa, com os lábios roxos. Eu olhei aquilo, achei até que fosse por causa do frio, que naquela noite estava muito frio. Achei que, como já fazia um certo tempo que ela estava ali, fosse por causa do frio. Tanto que a gente chegou ao hospital, pouco tempo depois a médica veio nos dar a notícia e nós entramos no quarto. A minha mãe ficou ali o tempo todo, eu entrei algumas vezes e saí porque era uma coisa assim muito dolorosa para mim ver minha filha, que a minha filha dali não ia voltar. E ela estava com a língua para fora, com a lingüinha para fora, e eu não sabia por quê. Você não pensa. Eu não pensei na hora na conseqüência. A minha mãe ainda cuidou dela toda. A minha mãe cuidou dela o tempo inteiro, beijou, beijou. Eu também, quando entrei no quarto, eu abracei ela muito forte, eu dei muito beijo nela, muito beijo e falei: ‘Filha, a mamãe vai deixar você ir em paz e a mamãe vai ficar aqui para lutar por você’.

Patrícia Poeta: No enterro, o que o pai fez? Ele falou com você?

Ana Carolina de Oliveira: Ele não fala comigo em momento algum. Quando eles chegaram, porque o velório - ocorreu que o corpo dela não foi liberado em tempo de ela ser enterrada no outro dia. Então, o velório correu a noite toda. Eu acabei cochilando um pouco porque eu também estava muito cansada, porque no outro dia eu fiquei acordada a madrugada toda. Eu cochilei no sofá do velório e eu não os vi chegar. Quando eu acordei, fui lá para o caixão e eles já estavam lá. Ele também estava cochilando e ele não olhou para mim, não veio falar comigo.

Patrícia Poeta: Nem uma palavra?

Ana Carolina de Oliveira: Nem uma palavra, nem um olhar.

Patrícia Poeta: E a madrasta?

Ana Carolina de Oliveira: Ela me viu chegar, ela levantou, me deu um abraço indiferente, olhou para mim e falou: “Você nem ligou para ela no sábado”.

Patrícia Poeta: E você?

Ana Carolina de Oliveira: Achei aquilo de uma frieza, e eu não perdi o meu tempo respondendo. Eu saí, fui ficar perto da minha filha. No sábado, eu tentei ligar, deu caixa postal, mas era uma coisa assim. No domingo logo de manhã a gente se falava, no domingo ela estava de volta.

Patrícia Poeta: Qual foi a última vez que você conversou com a Isabella?

Ana Carolina de Oliveira: A última vez que eu falei com ela foi na sexta-feira, por volta de umas 18h, quando eu saí do meu trabalho e ela já tinha ido para a casa do pai. Eu liguei para saber como ela estava e ela atendeu super feliz, com uma voz alegre. Conversamos e eu fiz a pergunta se ela estava feliz. Ela falou que estava muito feliz. Falei: ‘Então tá bom, filha, a mamãe te ama’. E era uma coisa que ela falava para mim todos os dias: ‘Eu também te amo muito, muito, muito, mamãe’.

Patrícia Poeta: Como era a sua relação com o pai de Isabella?

Ana Carolina de Oliveira: Muito pequena.

Patrícia Poeta: Você não conversava muito com ele?

Ana Carolina de Oliveira: Muito não, não conversava.

Patrícia Poeta: Nada?

Ana Carolina de Oliveira: Nada.

Patrícia Poeta: E com quem você tratava, lidava dos assuntos sobre a Isabella?

Ana Carolina de Oliveira: Com o pai dele.

Patrícia Poeta: Escola, todas as dúvidas, tudo era com o pai, você ligava para o pai para falar com ele?

Ana Carolina de Oliveira: Eu procurava não ligar muito, eu resolvia tudo o que eu podia resolver. Escola, médico, todos os tipos de assunto em relação a ela eu tentava resolver. Quando o assunto era ele, ou envolvia alguma coisa com ele, aí eu conversava com o pai dele. E era ele quem fazia esse intermédio, conversava com ele, conversava comigo.

Patrícia Poeta: Por que isso, foi um acordo entre vocês?

Ana Carolina de Oliveira: Não.

Patrícia Poeta: Ele pediu para não falar com você?


Ana Carolina de Oliveira: Não, ele nunca quis conversar comigo. Uma maneira que a gente encontrou de se comunicar era através do pai dele, ele sempre intermediou tudo.

Patrícia Poeta: Como era a relação da Isabella com o Alexandre, com o pai?

Ana Carolina de Oliveira: Ela me falava pouco da relação deles. O que ela me contava muito do final de semana dela é que ela tinha dançado, que ela tinha passeado e dos irmãos. Os irmãos era uma coisa que ela contava muito. Agora, da relação deles, ela não dava ênfase a esse assunto. Dos irmãos ela falava sim, e muito.

Patrícia Poeta: Ela falava para você se ele era um bom pai, se ela gostava dele?

Ana Carolina de Oliveira: Não, ela nunca chegou a esse tipo de comentário. Acho também que ela era muito novinha para chegar a um bom pai ou não ser um pai.

Patrícia Poeta: Isso era tudo que ela falava, mais nada além disso?

Ana Carolina de Oliveira: Eu sempre perguntei: ‘Como foi o seu final de semana? O que você fez, onde você foi?’ Às vezes, ela até falava: ‘Ah, mãe, eu não lembro!’. Eu falava: ‘Como não lembra, aconteceu hoje, foi o seu final de semana, você tem que lembrar’. Aí ela contava muito dos irmãos, que ela chamava o Pietro de Titi: ‘O Titi estava nervosinho, o Titi fez isso, o Titi não gostou disso’.

Patrícia Poeta: O pai pagava pensão alimentícia para a filha?

Ana Carolina de Oliveira: Ele pagava. Às vezes tinha atrasos, algumas coisas, era com o pai dele que eu tratava.

Patrícia Poeta: O Alexandre ou o pai do Alexandre?

Ana Carolina de Oliveira: O pai do Alexandre. Era tudo com o pai do Alexandre.

Patrícia Poeta: Você pode dizer quanto ele pagava de pensão?

Ana Carolina de Oliveira: R$ 250.

Patrícia Poeta: No seu depoimento, você conta que o Alexandre teria ficado transtornado algumas vezes e agido com violência. Pelo menos, numa dessas vezes ele teria ameaçado sua mãe de morte. É isso mesmo? Como é que aconteceu isso?

Ana Carolina de Oliveira: Nós nos separamos, a nossa filha tinha 11 meses e quando isso aconteceu, nós já estávamos separados há algum tempo. Eu precisava trabalhar e, como meus pais têm comércio, ficava difícil de conciliar. E eu coloquei ela na escola e ele não aceitou. Ele foi na minha casa brigar e eu tive que sair do trabalho para ir para a porta da minha casa encontrar com ele. Houve uma grande discussão, porque ele achava que essa idéia da escola era da minha mãe. Ele não aceitava, ele achava que a culpa era da minha mãe. Ele dava ênfase de que a culpa era dela, que ele queria falar com ela, que ele ia matá-la, porque a idéia foi dela.

Patrícia Poeta: Você ficou assustada?

Ana Carolina de Oliveira: Eu enfrentei.

Patrícia Poeta: Como?

Ana Carolina de Oliveira: Enfrentei, não tive medo dele em segundo algum, quando ele falava: ‘Eu vou matá-la, eu vou matar vocês’. Ele ia resolver a maneira que ele tinha para fazer, mas ali eu estava para enfrentá-lo.

Patrícia Poeta: Como era a sua relação com a Anna Carolina Jatobá?

Ana Carolina de Oliveira: Nós tínhamos pouca relação. Nos falávamos pouco em relação à Isabella, quando era algum recado que não podia ser por ela. Quando eu ligava, porque eu tinha o número somente do celular dela, quando eu ligava, ela já via que era o meu número e já chamava a Isabella, já passava o telefone. Era a minha filha que atendia o telefone.

Patrícia Poeta: Você acha que ela sentia ciúmes de você?

Ana Carolina de Oliveira: Sim.

Patrícia Poeta: Por quê?

Ana Carolina de Oliveira: Não sei, eu nunca dei motivo.

Patrícia Poeta: Mas por que você achava isso, o que ela fazia que fazia você achar que ela tinha ciúmes de você?

Ana Carolina de Oliveira: Não era eu que achava, ele que me falou algumas vezes e a família dele também me falava. Não fui eu quem tirei essa conclusão. Foram eles que me contaram.

Patrícia Poeta: Como era a relação da Isabella com Anna Carolina Jatobá, a Isabella te contava?

Ana Carolina de Oliveira: Ela me contava como uma relação normal. Ela nunca, ela era uma criança que contava as coisas, ela chegava em casa contando as coisas. E ela contava, eu ainda perguntava quem cuidou dela, quem fazia as coisas para ela, ela me falava que era a Tia Carol.

Patrícia Poeta: Alguma vez a Isabella relatou qualquer história de violência ou agressão por parte da madrasta?

Ana Carolina de Oliveira: Não.

Patrícia Poeta: Eu pergunto porque em outra parte do depoimento você conta que a Isabella chegava com manchas roxas no corpo e beliscões. Como ela explicava isso para você?

Ana Carolina de Oliveira: Ela e o Pietro tinham... O Pietro era uma criança que tinha uma idade maior. Então já tinha o entendimento de algumas coisas. Pelo que ela me explicava ele tinha muito ciúmes de brinquedo, um não podia pegar o brinquedo do outro. Às vezes ele, sei lá, por alguma coisa que acontecia entre eles, ele dava um beliscão. Ela chegava em casa falando “Ai, mamãe, o Pietro me beliscou”.

Patrícia Poeta: Qual foi sua reação à nova decretação de prisão do casal?

Ana Carolina de Oliveira: Eu acho que a justiça está começando a ser feita.

Patrícia Poeta: Você acha que a prisão foi justa?

Ana Carolina de Oliveira: Sim.

Patrícia Poeta: Como é conviver com a idéia de que o pai é um dos suspeitos pela morte da própria filha?

Ana Carolina de Oliveira: É difícil. É muito difícil saber que uma pessoa tenha a capacidade de chegar nesse nível. Seja no meu caso, ou seja em tantos outros casos, você não consegue imaginar como um pai, como uma pessoa que tem filhos, como uma mãe, ou qualquer pessoa que seja, tenha a capacidade de destratar uma criança.

Patrícia Poeta: Assim como a polícia, você acredita que eles são os suspeitos disso tudo?

Ana Carolina de Oliveira: Sim.

Patrícia Poeta: Você inclusive diz isso no depoimento que você deu à polícia, que você acredita que Alexandre e Anna Carolina possam estar de alguma forma diretamente envolvidos com tudo o que aconteceu. É o coração de mãe que diz isso?

Ana Carolina de Oliveira: Também.

Patrícia Poeta: Você comentou comigo que assistiu à entrevista que o casal deu ao Fantástico para o Valmir Salaro. O que você achou da entrevista? Você acha que ela foi convincente?

Ana Carolina de Oliveira: Nem um pouco.

Patrícia Poeta: Por quê?

Ana Carolina de Oliveira: Eu não, eu posso te falar que eu não achei que ela foi convincente, mas prefiro não dar detalhes do que aconteceu naquele dia.

Patrícia Poeta: Você tem todo o direito. Agora, em um momento da entrevista ela [Anna Carolina] diz algumas coisas, que se referem à Isabella e que de certa forma atingem você. Uma delas foi dizer que algumas vezes a Isabella a chamava de mãe. Você sabia disso, você concorda com isso?

Ana Carolina de Oliveira: Olha, nós tínhamos uma relação de cumplicidade, de mãe e filha. Nós éramos parceiras, éramos amigas e ela tinha inteira confiança de que ela tinha uma mãe. Eu não deixei em dúvida em segundo algum que eu não era a mãe dela, a mãe dela existe. A mãe dela está aqui, então ela não tinha outra mãe.

Patrícia Poeta: Você sentia toda essa reciprocidade dela?

Ana Carolina de Oliveira: Com certeza.

Patrícia Poeta: Em outro momento da entrevista, a Anna Carolina Jatobá diz que Isabella gostava tanto deles que já tinha pedido para morar com eles. Alguma vez ela falou isso para você?

Ana Carolina de Oliveira: Nunca. E o que eu acredito é que depois que eles montaram o apartamento e que ela tinha um quarto e que eles deram tudo, o quarto, material, ela possa ter recebido uma proposta: ‘Você tem tudo, vem morar com a gente’. Ela não tinha, nem nunca teve, nenhum motivo para sair dali. Na minha casa ela tinha carinho, tinha afeto, na minha casa ela tinha uma família.

Patrícia Poeta: Você não acredita que isso tenha partido dela?

Ana Carolina de Oliveira: Com certeza, não.

Patrícia Poeta: Na entrevista, Anna Carolina Jatobá disse: “Às vezes ela tomava banho comigo, ela fazia assim: ’Tia Carol, olha o amor que eu sinto por você, ela fazia um coraçãozinho [desenhando um coração com o vapor no vidro do boxe]”. Você lembra desse momento?

Ana Carolina de Oliveira: Sim.

Patrícia Poeta: O que você acha disso?

Ana Carolina de Oliveira: Ela fazia isso cada vez que ela ia tomar banho, era um costume dela desenhar no boxe, no calor do boxe, era um costume dela desenhar bonequinha. Ela desenhava eu e ela, ela fazia um coração eu e ela, quando ela tomava banho com a minha mãe era um coração para a minha mãe. Era um costume dela fazer coração, fazer coraçãozinho para todo mundo que estivesse até fora, para que, quando ela tivesse tomando banho, eu falasse: ‘olha, esse coraçãozinho foi para você’, porque a maioria dos dias a gente tomava banho juntas.

Patrícia Poeta: Logo depois que isso tudo aconteceu, o pai do Alexandre Nardoni se referiu a você como uma pessoa esquentadinha. O que você sentiu, o que você acha de tudo isso?

Ana Carolina de Oliveira: Acho que quando mexem com um filho seu, não tem ninguém que não seja esquentadinha. Quando ele se referiu a mim, com certeza foi a momentos ligados à minha filha, porque era esse o único contato que nós tínhamos. Se algum dia eu briguei, algum dia eu lutei, foi somente pela minha filha.

Patrícia Poeta: O promotor Francisco Cembranelli disse que acredita que tudo isso aconteceu por ciúmes. Você acredita nisso, você acha que seja possível?

Ana Carolina de Oliveira: Acho possível sim.

Patrícia Poeta: Ciúmes com relação a você, com relação à Isabella?

Ana Carolina de Oliveira: De uma forma ou de outra, a imagem dela era a minha imagem.

Patrícia Poeta: Outra coisa que ele fala é que esse processo de julgamento deve durar bastante, como você pretende acompanhar isso tudo?

Ana Carolina de Oliveira: Eu já tenho uma advogada ingressando no processo, eu vou acompanhar isso de frente.

Patrícia Poeta: E você é inclusive uma das testemunhas de acusação, certo?

Ana Carolina de Oliveira: Certo.

Patrícia Poeta: Você está preparada psicologicamente para tudo isso?

Ana Carolina de Oliveira: É exatamente isso que eu te falo, onde eu busco forças, porque se eu me entregar, eu posso não ajudar em tudo o que está acontecendo. É aí que eu busco e peço forças a Deus, que ele me ajude para eu poder ajudar, porque eu vou ajudar, no que eu puder, eu vou ajudar.

Patrícia Poeta: Por justiça?

Ana Carolina de Oliveira: Por justiça.

Patrícia Poeta: Você faria alguma coisa diferente se você tivesse uma segunda chance?

Ana Carolina de Oliveira: Olha, Patrícia, eu fiz tudo, tudo por ela. Eu não fiquei devendo nada nessa vida para ela, nada. O meu amor de mãe, a minha dedicação, tudo eu fiz por ela enquanto ela esteve comigo.

Patrícia Poeta: Esse vai ser o seu primeiro Dia das Mães sem a Isabella, como fica o coração nessa hora?

Ana Carolina de Oliveira: Eu não procurei pensar como vai ser o meu dia, mas acho que vai ser o dia mais triste da minha vida, porque há cinco anos, seis anos, porque no primeiro Dia das Mães eu já estava grávida, eu já era mãe. Vai ser o sétimo ano da minha vida que eu não sei o que é não ser mãe. Eu sou mãe, vou me considerar mãe para o resto da vida, mas eu não sei o que é não ter um abraço. Tudo o que eu sinto, e o que vai acontecer comigo, vai ser junto com a minha mãe.

Patrícia Poeta: Você gostaria de deixar alguma mensagem para esse Dia das Mães?

Ana Carolina de Oliveira: Primeiro eu quero agradecer a todas as pessoas que estão me ajudando. Vou continuar lutando pela minha filha enquanto eu estiver aqui, em nome dela. E dizer que eu acredito que a justiça vai ser feita nesse país.

Patrícia Poeta: Vamos encerrar. Eu queria agradecer você por ter aceitado dar essa entrevista para a gente, pela primeira vez na frente das câmeras, e dizer para você que eu desejo, assim como eu já falei para você inúmeras vezes ao telefone, que eu desejo sorte, mais força ainda para você seguir o seu caminho.

Ana Carolina de Oliveira: Obrigada.

Patrícia Poeta: Boa sorte.

Ana Carolina de Oliveira: Obrigada.

Hoje, terça-feira, o desembargador Caio Canguçu de Almeida deverá se manifestar sobre o pedido de habeas corpus para Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Se o pedido for aceito, o casal - que está preso desde quarta-feira - será libertado. Caso contrário, os advogados ainda podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.

09 maio 2008

Lula chega a Bahia

ENJ News
com informações do Grupo A Tarde

O presidente da republica, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ontem às 21h15 em Salvador. O presidente foi recebido pelo governador Jacques Wagner, pelo prefeito João Henrique, o ministro Geddel Vieira Lima e pelo senador João Durval Carneiro.

Lula chega à Bahia para uma cerimônia na cidade Catu, 80km de Salvador, na estação de distribuição de gás natural da cidade. Logo após, irá para Lauro de Freitas onde assinará convênios de obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). De lá, segue para a governadoria do Estado, no Centro Administrativo da Bahia, onde assinará convênios para a realizações de obras e o lançamento dos programas Bolsa Formação e Plano Habitacional para a Polícia Militar e Agente Penitenciário.

A tarde Lula seguirá para Ilhéus na qual fará o lançamento do PAC do Cacau.

Lula em Catu

Lula inaugurou nesta manhã de sexta-feira, 09/05, o último trecho do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene).

Estiveram presentes a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, o governador Jacques Wagner, o presidente da petrobras, José Sergio Gabrielli, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, além dos Senadores Cesar Borges e João Durval Carneiro.

A obra tem um custo estimado em, R$ 3,1 bilhões e fará o transporte de gás natural entre o terminal de Cabiunas, no Rio de Janeiro e o municipio baiano.

O Gasene é considerado um marco na infra-estrutura de gasoduto no Brasil e sua importância é comparada à construção do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).
Crédito da Imagem: Manu Dias (Agecom)

08 maio 2008

Pai e madrasta de Isabela Nardoni são presos

ENJ News

Passados 39 dias da morte da menina Isabela, o casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá foram presos às 22h32 do dia 07/05, ontem, na casa dos pais de Ana Carolina. O mandado de prisão foi efetivado pelo Juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal de Júri de Santana, após analisar o encaminhamento feito pelo Ministério Público.

Ana Carolina e Alexandre Nardoni são acusados por crime doloso triplicamente qualificado. As qualificadoras são: motivo torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da vitima encaminhado pela 9ª Delegacia de Policia Civil de Guarulhos. O Ministério Publico aponta ainda mais um agravante que foi o fato de modificar o cenário do crime, feito por Ana Carolina Jatobá.

Os réus foram algemados e levados para a Delegacia de Guarulhos onde tomou ciência da prisão. Ao chegar uma aglomeração de curiosos pediam por justiça. Para proteger a integridade física dos réus, a Policia Civil de Guarulhos saíram da delegacia pela prota lateral com receio de repressão popular.

Em seguida os réus foram levados ao IML para fazer o exame de Corpo de Delito. Eles passaram a noite em delegacias diferentes. Alexande ficou na 13ª DP (Casa Verde, Zona Norte) e Ana Carolina na 97ª DP (Americanópolis, Zona Sul).

O delegado Calil Filho afirmou que eles passariam a noite presos e que na manhã do dia seguinte seriam levados a prisão. Ana Carolina ficara detida na zona norte de São Paulo no Complexo Penitenciário Feminino do Carandiru e Alexandre Nardoni permanece preso na 13ª DP de Americanópolis.

Ana Carolina seguiu para a penitenciaria por volta das 10h da manhã.
A expectativa é que a defesa apresente ainda hoje o pedido de Habeas Corpus. De acordo com o advogado Rogério Neres de Sousa, um dos três que representam o casal, a defesa deve se reunir hoje e, com base na decisão do juiz, elaborar o pedido de liberdade.
Em seu despacho, Juiz Mauricio Fossen disse que levou em consideração a conduta do casal que deixa “transparecer que se tratam de pessoas desprovidas de sensibilidade moral e sem mínimo de compaixão humana, ainda mais em se tratando que a vítima é filha de um deles e enteada do outro”.
O juiz marcou para o dia 28 o interrogatório do casal. Após a conclusão do inquérito os réus irão a julgamento.
O Caso Isabela está chegando ao seu fim.
Crédito da Imagem: Agência A Tarde e Portal Uol

07 maio 2008

Trágica Sociedade

Comentário

Em que mundo nos vivemos? São filhos matando pais e pais matando filhos, crianças sendo arrastadas pela rua. Será que é moda ou o apocalipse chegando? São tantas às perguntas, sem respostas.

O mais recente caso que aconteceu continua em um mistério até então sem solução. A morte da menina Isabela ninguém sabe quem a matou. Ninguém, “virgula”, a sociedade já acredita quem cometeu o delito. Mas o que interesse nesse breve comentário é que Isabela morreu, e ai de quem é a culpa?

Isabela, cinco anos, uma menina que foi asfixiada, espancada e jogada pela janela. Que mal que uma criança inocente cometeu? Repito que são tantas perguntas sem resposta.
Alexandre Nardoni, o pai, e Ana Carolina Jatobá, a madrasta, são os principais acusados da morte. Manchas de sangue na casa, as roupas dos suspeitos entregues 48 horas e lavadas, o não acionamento do resgate de imediato, faz com que o pai e a madrasta tenham realmente assassinado a criança.
Saindo do Brasil e indo pra Áustria, um monstro chamado Joseph Fritzl, molestou sexualmente sua própria filha quando ela ainda tinha 11 anos. Em sete anos, no porão de sua residência, ele construiu uma verdadeira prisão, sem luz, sem janelas e prendeu sua filha. E estuprou a menina até hoje. Ela nunca pode ver o sol nascer e nem se por. Com ela teve sete filhos-netos. Todos com uma pele acinzentada e desprovidos de músculos.

Até que ponto vamos continuar vivendo em um verdadeiro desequilíbrio social? A austríaca com seus filhos tentarão viver ou melhor sobreviver em uma sociedade hipócrita. Isabela morreu tragicamente mas viverá eternamente no coração de uma sociedade abalada por uma covardia.

Greve no transporte intermunicipal

ENJ News

Nada melhor do que fazer uma bela viagem pelo interior baiano. Mas apartir de hoje o transporte intermunicipal da Bahia entrou em greve.

Os rodoviários impediram nesta manhã de quarta-feira, dia 07/5, que os onibus circulassem com destino ao interior. O primeiro onibus foi liberado somente às 8h com destino à Teixeira de Freitas. A paralização começou às 4h50.
Segundo o jornal A Tarde, cerca de 1,2 mil pessoas deixaram de viajar e 46 horarios não foram cumpridos na rodoviária. O transporte para o Pólo Petroquímico, CIA e a Refinaria tambem foram prejudicados.

Mas os onibus coletivos urbanos não foram prejudicados e funcionaram normalmente. Os rodoviarias afirmaram que vao fazer uma passeata nesta quarta-feira, às 16h, na Sete Portas, saindo do SINERGIA. A categoria reindivica um aumento de 12,32% entre reajuste e ganho real. Os empresarios não aceitam o reajuste.
Crédito da imagem: Aroldo Abrantes/ Agência A Tarde

05 maio 2008

BTU, Ilha Tropical, Modelo, CBTU, (...) O Transporte Público de Salvador

Comentário:

De transporte, público os soteropolitanos já são escolados. As péssimas qualidades dos ônibus urbanos e dos trens de Salvador fazem com que a população corra sérios riscos de vida. O novo trem urbano do prefeito João Henrique bateu no túnel em um teste experimental. Não contentando o outro trem descarrilou e tombou às margens da ferrovia. Sem contar os trens sucateados da CBTU (Companhia Brasileira de Transportes Urbanos), que poderia se chamar Companhia Baiana de Trens Ultrapassados.
Com tanto teste assim, com êxitos tão bem sucedidos, Raúl Seixas se tivesse vivo faria um nova versão para o trem das sete. “Quem vai chorar, quem vai sorrir; quem vai ficar quem vai partir; pois o trem está chegando, está chegando na estação (...)”.
Se fossem somente os trens, o problema estaria resolvido. Os ônibus coletivos oferecem péssimos serviços. São ônibus velhos que quebram a todo o momento. Passageiros desrespeitados nos ônibus e nos pontos de ônibus. Acho que o Ultraje a Rigor estava em um dia como o de hoje em Salvador (chuva toda hora) quando fez esse trecho de “Ponto de Onibus” que reflete nessa singela estrofe: “ O motorista não foi nada educado, passou na poça e me deixou encharcado; parou a frente, super lotado e o cobrador que nunca tem trocado.”
Estão dizendo que metrô de Salvador vai sair. Está mais fácil o fura-fila de Celso Pita, em São Paulo, sair do papel. O Metrô de Salvador era pra ser inaugurado em 2003. Já se passaram cinco anos sendo o metrô de Paulo Souto, de César Borges, de Paulo Souto novamente e agora de Jacques Wagner que engrandece seu discurso dizendo que com Lula na presidência e ele na Bahia, o Metrô conseguirá ser dos baianos.
Certa vez meu avô disse que ele era da época que Rosinha era apenas uma flor, Garotinho apenas uma criança e que Lula era um molusco do mar. Tremenda ironia.
Com isso os baianos estão sofrendo com as altas tarifas cobradas por um serviço coletivo ultrapassado. A passagem de Salvador custa R$2,00 e segundo o prefeito João Henrique o ano que vem terá aumento. Mas para quanto? Gente, “É Doze”! OOps, esqueci, agora é 15.
Vamos ver até quando o desrespeito com a população irá acontecer. Os baianos não agüentam mais tamanha humilhação. Queremos uma “Bahia de Todos Nos”.