PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

21 outubro 2008

Segundo turno abre nova temporada de acordos políticos

Após uma intensa disputa pela prefeitura, Walter Pinheiro (PT) e o prefeito João Henrique (PMDB) disputam o segundo turno na capital baiana. O prefeito alcançou 402.684 votos e Pinheiro 390.933. ACM Neto (DEM), que liderou as pesquisas eleitorais desde o começo, ficou em terceiro lugar com 346.881 votos. O ex-prefeito Antônio Imbassahy (PSDB) ficou em quarto com 108.660 e Hilton Coelho (PSOL) em quinto com 51.196. Os dados são do Tribunal RegionalEleitoral (TRE).

No primeiro turno, o tema da segurança pública predominou nos debates. O prefeito João Henrique, disse ao Folha Salvador (Confira no site), que o seu governo investiu muito na área. Conforme o prefeito, ações como a criação das vias exclusivas para ônibus, o Banho de Luz, câmeras nos coletivos e a implantação da Guarda Municipal tem contribuído para diminuir os índices de violência na capital.

Pinheiro, por sua vez, se eleito, pretende ampliar as ações do PRONASCI – Programa Nacional de Segurança e Cidadania, instalando câmeras em locais estratégicos como Estação Pirajá, Liberdade, Estação Mussurunga e Itapuã. Outra proposta seria o Ronda 24 horas que prevê o patrulhamento em uma área de três quilômetros quadrados por viaturas alocadas por bairro.

O ex-prefeito Antônio Imbassahy, que chegou a ser favorito, não conseguiu êxito nessa disputa e já declarou seu apoio ao candidato petista. O próximo prefeito deverá disputar o apoio na Câmara dos Vereadores. Com os resultados do primeiro turno, a base aliada de João Henrique soma 16 vereadores contra 10 de Pinheiro. Falta saber que posição devem tomar os 12 vereadores da coligação de apoio a ACM Neto e se os três de Imbassahy manteriam o apoio a Pinheiro após o segundo turno.

Campeonato Baiana de Futebol Feminino começa em novembro

O Campeonato Baiano de Futebol Feminino começa em novembro e vai contar com pelo menos com 12 clubes. Os organizadores esperam que o certame revele novos nomes para o cenário nacional. De acordo com o assessor de comunicação do Galícia, Murilo Gitel, o campeonato deve trazer muitas revelações para a Seleção Brasileira de futebol feminino, a exemplo deoutras disputas anteriores, quando o próprio Galícia revelou atletas atualmente consagradas na Seleção Brasileira, como Elaine Estrela e Viola.

Na opinião do presidente do clube, Raimundo Nonato Reis, o Brasil precisa de um campeonato nacional de futebol feminino. Para ele, a falta de infra-estrutura no esporte pode impedir o surgimento de substitutas no mesmo nível de Formiga e Marta na seleção. “O Brasilprecisa acordar e ver que o futebol feminino já é uma realidade”, afirma.

Os prováveis clubes que, de acordo com a Federação Baiana de Futebol (FBF), devem participar do campeonato são: Abrup Esporte Clube, Associação Desportiva Independente, Associação Desportiva Lusaca, Clube 2004, Esporte Clube Estrela de Março, Galícia Esporte Clube, Flamengo de Feira Futebol Clube, Fluminense de Feira Futebol Clube Feminino, Real Bahia Esporte Clube, São Cristóvão Esporte Clube, São Francisco Esporte Clube e Seleção de São Félix.


Vice-campeão olímpica lamenta a falta de apoio ao esporte no Brasil

Atualmente vice-campeão do Mundo, vice-campeão olímpico e campeão Pan-Americano de futebol feminino, o Brasil não tem um campeonato nacional capaz de estimular a prática da modalidade. A Seleção Brasileira, que conta com a baiana Formiga e a alagoana Marta – eleita Melhor do Mundo em 2007 –, tem a maioria de suas atletas jogando em times estrangeiros. Marta é jogadora do clube sueco Uméa IK. Formiga é uma das poucas que continuam noPaís, onde atua no Clube Botucatu, em São Paulo.

Formiga se despediu da seleção brasileira após a medalha de prata conquistada nas Olimpíadas de Pequim, em agosto deste ano. Ela estava na Seleção desde 1995 e disputou quatro Copas do Mundo pelo Brasil. Ela e a jogadora Pretinha são as que atuam na seleção há mais tempo. “É muita injustiça. A gente se doa tanto e não tem o reconhecimento daqueles que podem fazer algo pelo futebol feminino no Brasil”, diz Formiga.

Papel da Guarda Municipal ainda gera duvidas na população

A Guarda Municipal de Salvador (GMS), instituída pela Prefeitura, está nas ruas desde Julho, mas a população desconhece quais as funções da corporação. “A Prefeitura só faz anunciar que a Guarda Municipal está em ação, mas não explica o que ela vai fazer, como vai agir. Eu mesma não sei direito o que é essa Guarda Municipal”, reclama a dona de casa Maria Helena Gonçalves, 55.

Por enquanto, o patrulhamento é a principal atribuição da Guarda. Apesar de a legislação permitir o uso de armas de fogo pelas corporações municipais em cidades com mais 500 mil habitantes, em Salvador, os agentes não portam esse tipo de armamento, apenas cassetetes e algemas; também não detêm suspeitos, mas podem encaminhá-los às delegacias.

Cerca de 600 agentes atuam no momento, mas esse número deve aumentar. “Não é o efetivo necessário, mas estão nas ruas os que foram treinados. Até o final do mês de outubro serão 1.500”, informa o secretário de Serviços Públicos, Fábio Mota.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da GMS, compõem a área de patrulhamento as estações de transbordo, a Praça da Piedade, o Pelourinho, o Dique do Tororó, a praça do Campo Grande e os bairros de Amaralina, Calçada, Pituba, Boca do Rio, Baixa do Fiscal, Plataforma, Paripe e Avenida Luiz Viana Filho (Paralela).

O superintendente da GMS, coronel José Alberto Guanais, afirma que, nessa fase de implantação, o efetivo está distribuído em locais onde costumam acontecer pequenos delitos, como no Centro Histórico e em pontos em que as pessoas costumam fazer caminhadas, corridas e exercícios físicos, especialmente na Orla.

Nas estações de transbordo da Lapa e de Pirajá, os membros da GMS possuem desfibriladores portáteis (equipamentos de descarga elétrica para atendimento em casos de paradas cardíacas). Esta iniciativa faz parte do Projeto Viva Coração, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que adquiriu 80 desses equipamentos para serem usados em locais de grande concentração popular.

A guarda também auxilia a Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) nas ações deorganização e fiscalização do trânsito. Graças ao convênio firmado com a SET, a Guarda Municipal recebeu 30 automóveis e 30 motocicletas. A atuação da GMS no trânsito gera polêmica. “É comum encontrarmos agentes da Guarda Municipal trabalhando em conjunto com a SET. São três agentes por viatura. Eu não concordo com isso. Só é função da guarda proteger o patrimônio público, o cidadão, auxiliar o Samu e o Corpo de Bombeiros”, declara o químico Lisandro Giraldez. Para ele, é incorreto a Guarda Municipal atuar em operações como a Lei Seca e administração do tráfego da cidade.