PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

25 setembro 2008

Neto apresenta propostas

O candidato a prefeito de Salvador ACM Neto dos Democratas esteve na Faculdade 2 de Julho para um debate com os estudantes, ocasião em que apresentou suas propostas caso seja eleito prefeito da capital. Antes do debate, o candidato conversou com Fagner Abreu Do Espaço Novo Jornalista e Folha Salvador.

Fagner Abrêu: A construção do metrô criou um problema sério entre o seu grupo político, as empreiteiras, o Partido dos Trabalhadores e Governos Estadual e Federal. Como resolver este impasse do metrô caso seja eleito? O metrô vai sair?
ACM Neto: Bem. Em primeiro lugar eu desconheço esse fato que envolve as empreiteiras, como você está dizendo. Eu vou fazer a minha parte. Vou trabalhar pelo bem estar do povo de Salvador. Não vou ter receio de ir conversar com o governador Wagner para trazer projetos para Salvador assim como para o presidente Lula. Mas não vou ficar correndo atrás. Cada um sabe de suas responsabilidades. O metrô de Salvador chegando até a Rótula do Abacaxi ou até a Estação Pirajá vai continuar sendo o menor do mundo. Queremos estender o metrô de Salvador para ele atingir uma quantidade maior de pessoas. Queremos implantar o Veículo Leve sobre Trilhos explorando canteiros como a Bonocô e Avenida Paralela. O metrô de Salvador vai sair, ou melhor, tem que sair, pois daqui a alguns anos teremos a copa do mundo de futebol e Salvador almeja ser uma das sub-sedes.

F.A.: O senhor entrou em atrito na época do “mensalão” com o presidente Lula, fato que tem sido explorado pelos seus concorrentes. Como o senhor pretende manter boas relações com os Governos Estadual e Federal considerando estes fatos? Isto não coloca em dúvida a tese de que o senhor representa uma mudança em relação a política tradicional baiana?
ACM Neto: Essa é uma boa pergunta. Em 2005 houve um escândalo de corrupção no país envolvendo o Governo Federal. Componentes do governo envolveram-se em desvios de dinheiro público, dinheiro do povo. Eu acho um absurdo, dentro desses seis anos de mandato como deputado federal e inúmeros pronunciamentos na tribuna da Câmara as pessoas se aterem a apenas um pronunciamento e desqualificarem a minha qualidade como político. Naquela época eu estava iniciando a minha carreira política e, assim como qualquer brasileiro, fiquei indignado com o fato. Mas isso eu acho que já foi superado. Sou uma pessoa experiente e quero administrar Salvador com decência.

F.A.: O senhor poderia detalhar sua proposta a respeito do projeto Big Brother Bairro? Tem algum projeto integrado com as polícias? Quantas câmeras serão instaladas?
ACM Neto: Eu tenho sido muito criticado pelos meus concorrentes em relação ao projeto. Esse projeto já deu certo em cidades como Madri, Londres, Bogotá, São Paulo. Bogotá era uma das cidades mais violentas do mundo e com uma política contra violência bem planejada, conseguiu reverter este quadro. Vamos criar a Secretaria de Segurança e Prevenção à Violência que, não só planejará todas as ações municipais na área, como contará com uma efetiva Guarda Municipal. A princípio vamos instalar as câmeras nos bairros mais violentos de Salvador. E ao contrário do que meus concorrentes estão dizendo, que o projeto não dará certo porque os bandidos vão destruir as câmeras é bom salientar que elas são blindadas.

Pinheiro apresenta suas propostas

O candidato a prefeito de Salvador pelo PT, Walter Pinheiro, esteve na Faculdade 2 de Julho para um debate com os estudantes. Pinheiro abordou suas propostas para a capital caso seja eleito prefeito. Antes do debate o candidato falou com Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista e do Folha Salvador.

Fagner Abrêu: O senhor, em suas propagandas políticas, tem apregoado a necessidade de uma ação conjunta entre os Governos Estadual e Federal. Não é um equívoco defender a necessidade de o prefeito ser do mesmo partido do governador e do presidente considerando que independentemente da sigla partidária, se governa para a população? A demora da definição em quem o governador Wagner e o presidente Lula apoiariam prejudicou sua campanha?
Walter Pinheiro: Bem. Em minha campanha eu não tenho dito que é necessária uma ação conjunta entre os Governos Federal e Estadual. Tenho dito que com a parceria dos dois governos será mais fácil governar, pois conheço bem o presidente Lula e o governador Wagner, fomos militantes partidários e fundamos o Partido dos Trabalhadores. Com essa parceria, é claro que será muito mais fácil governar e conseguir recursos para a cidade. Agora, o que prejudicou um pouco nossa campanha foi a definição das prévias. Somente em maio que foi lançada a minha candidatura, isso foi o que mais prejudicou. E em relação ao apoio do governador Wagner ele já deixou claro quem é o candidato dele para Salvador.

F.A.: Conforme o censo do IBGE-2000, o déficit habitacional de Salvador é de 85.429 habitantes. Porém, atualmente, este dado já deve se aproximar a 100.000 habitantes. O senhor tem algum projeto para diminuir estes números? Existe verba para a realização?
W.P.: Salvador tem um déficit habitacional que beira os 100.000 habitantes. Isso foi devido ao crescimento desordenado que a cidade sofreu durante muitos anos. As pessoas vinham do interior para estudar em Salvador e aqui ficavam depois de formados, ocasionando o inchamento populacional, dentre outros fatores. No governo do presidente Lula foram criadas duas universidades federais, a do Recôncavo e a do São Francisco, e uma terceira está por vir que, a do Oeste. Com essas faculdades instaladas no interior baiano as pessoas deixarão de vir pra Salvador. O que queremos fazer é dar uma cara nova pra Salvador, investir em infra-estrutura urbana. As pessoas estão construindo casas desordenadamente em lugares de risco, desmatando áreas que deveriam ser preservadas. O Cidade Verde é um dos nossos projetos, em parceria com Wagner e Lula vamos integrar as ações de saneamento, habitação e proteção ambiental. Vamos implantar o Ronda 24h onde a polícia vai está mais perto da população, as viaturas não poderão sair dos bairros e os policias vão cobrir uma área de três quilômetros quadrados. Vamos ampliar as ações do Pronasci, o maior e mais completo programa de segurança já realizado no Brasil.

F.A.: O PT de Salvador é contra esse PDDU proposto pelo prefeito João Henrique. O senhor tem dito que irá fazer uma discussão pública em relação ao PDDU. Quais são as críticas que o senhor tem em relação ao plano e como será essa discussão pública?
W.P.: Nosso governo vai ser o mais democrático possível. Vamos sempre pedir a opinião da população em relação as nossas atitudes no governo municipal. Em relação ao PDDU ele tem uma série de problemas e precisamos revê-los. O PDDU atual deixou o subúrbio e os bairros populares de lado, entregou a orla marítima e a paralela a interesses imobiliários e não apresentou solução para a moradia do povo. Temos que revitalizar Salvador. Um bom plano diretor contribuirá para a melhoria de diversos setores da cidade. Daqui a alguns anos, teremos a Copa do Mundo de Futebol e Salvador não poderá ficar de fora. Luto para que o novo estádio seja na Fonte Nova e não na Paralela, pois assim iremos fortalecer a região da cidade baixa, do subúrbio. Se for na paralela vamos fortalecer a região do Litoral Norte e de cidades da região metropolitana de Salvador, fugindo totalmente dos nosso interesses. Proponho sim uma revisão desse PDDU que, do jeito que está, não nos favorece em nada.

Hilton Coelho apresenta suas propostas

O candidato a prefeito de Salvador pelo PSOL, Hilton Coelho, esteve no auditório da Faculdade 2 de Julho nesta quarta-feira 3 de setembro para debate com os estudantes. Hilton respondeu perguntas sobre seu plano de governo, suas propostas, sobre como ele agiria uma vez eleito, considerando a grande resistência na Câmara Municipal, a questão da segurança pública, entre outros. Hilton concedeu uma entrevista exclusiva a Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista e Folha Salvador antes da palestra e apontou alguns problemas que a cidade vem tendo assim como a importância desse diálogo com os estudantes.

FAGNER ABRÊU: Qual é a importância desse diálogo com os estudantes?
Hilton Coelho: É uma importância muito grande. Estamos fazendo uma preliminar do que seria o nosso próximo governo. Para nós existe uma possibilidade de transformar a vida de Salvador em uma forte mobilização da sociedade na política. O segmento universitário é sem dúvida um segmento privilegiado porque tem responsabilidade social, principalmente em pensar a pesquisa e extensão.
Não podemos pensar em nossa cidade de maneira imediatista, superficial, mas sim em longo prazo. Esta relação tem sido muito pouca aproveitada nas administrações. Essa é uma das nossas críticas. O vínculo dessa administração municipal com a população universitária é muito fraco. Eu costumo dizer que a pesquisa e a extensão universitária não podem se transformar em prestação de serviço para a prefeitura. Elas têm um significado muito mais profundo que isso e em função dessa característica elas se tornam muito subaproveitada.

F.A.: Nas pesquisas de opinião, os candidatos do PSOL têm percentual pequeno de votos, em todo o país. Então, na prática, nem sempre se está falando na possibilidade de vitória imediata nas urnas. Qual a importância de se ter um partido de “resistência” como diz seu slogan de campanha, nas eleições?
H.C.: O PSOL é um partido novo e esta é a sua primeira eleição para prefeito e vereador em Salvador. O que eu costumo dizer que o que vai ser revelado nas urnas é uma incógnita. Salvador, inclusive a Bahia, tem demonstrado um resultado surpreendente.
Na eleição passada, um candidato estava confirmado para ganhar no primeiro turno, e outro candidato foi o vencedor. Para nós, esses resultados expressivos são questionáveis no sentido deles terem dificuldade de captar a dinâmica do processo eleitoral. Concluo dizendo que o PSOL pode ser um partido pequeno na situação inicial de construção, mas ele é grande nas idéias.

F.A.: O candidato João Henrique em debate realizado ontem aqui na Faculdade 2 de Julho falou muito da conquista da autonomia da cidade em seu governo. Essa autonomia existe? E se não existe, como seria?
H.C.: Ela existe. A prefeitura tem uma margem de mão-de-obra para fazer investimento na cidade como por exemplo na Secretaria de Saúde e Educação que precisa de mais recursos. A prefeitura tem arrecadação própria que é bem expressiva e vem aumentando no último período. Porém Salvador passa por uma situação muito difícil na aplicação desses recursos. A prefeitura se preocupa em atender interesses particularistas do empresariado. Infelizmente muitos desses recursos são desviados.
O caso do metrô é emblemático. Uma obra que parou muitas vezes e que, com o passar dos tempos, foi se encarecendo. É uma obra que começou com R$ 478 milhões de gastos e que agora já chega a R$ 1 milhão. Essas interrupções foram feitas através de denúncias de irregularidades. O que nós queremos é que o capital da prefeitura deixe de ser focado para o setor privado, mas sim para as pessoas que precisam.

F.A.: Seu jingle é um dos mais lembrados nas eleições desse ano em Salvador, mas é grande o desconhecimento dos eleitores sobre sua plataforma, aliás, sobre todas as plataformas. O senhor não teme ser apenas parte de uma letra de música?
H.C.: A música revela a identidade cultural do nosso povo e que é focado na nossa ideologia, como por exemplo, a afro-descendência. Os afro-descendentes são a maioria em nossa cidade. A música por si só já espelha pontos de vista em relação à massa, ainda que, em uma dimensão mais simbólica.
Os debates políticos têm sido poucos, apesar de existir uma enorme vontade da sociedade. A comunidade universitária vem querendo realizá-los, mas cerca de quatro debates em universidades e faculdades, foram cancelados em função da falta de disposição dos outros candidatos. No CEFET, por exemplo, chegamos a fazer o debate sozinhos. Esses debates programáticos nós estamos fazendo e disposto a fazer.
Em relação ao marketing da candidatura isso não é o ponto de vista principal para a nossa campanha. Nós não queremos posicionar nossa candidatura ao grande financiamento do empresariado porque isso cria laços com a administração pública. Optamos por uma campanha com menos recursos, cerca de 40 vezes menos que a do candidato que gasta mais.

João Henrique fala sobre suas propostas

O prefeito de Salvador e candidato a reeleição, João Henrique, esteve na Faculdade 2 de Julho para um debate com os estudantes na terça-feira. Foi uma oportunidade para apresentar suas propostas para um novo mandato caso seja reeleito. O prefeito deu uma entrevista exclusiva a Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista e Jornal Folha Salvador antes do diálogo com os estudantes.

Fagner Abrêu: Em 2004, o senhor esteve na Faculdade 2 de Julho, como candidato, para um debate com os estudantes. Como se sente vindo agora como prefeito? Qual a importância desse diálogo?
João Henrique: Eu sinto uma grande satisfação de estar aqui. O diretor, professor Josué, é uma pessoa que eu admiro há muitos anos e a Faculdade 2 de Julho muito me honra pela sua tradição. Venho aqui porque entendo ser muito importante a participação dos estudantes no processo sucessório do comando da cidade, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo. Acredito ser de fundamental importância essa participação. Dizer que na política não existe políticos de bem é querer generalizar. É como você condenar todos os profissionais de saúde por causa de uma falha médica realizada por outro profissional. Eu sou contra a esse alheamento, afastamento do cidadão em relação ao voto e participação na política. Como sou contra aos que defendem o voto nulo, como forma de protesto. Temos que participar para que possamos cobrar. Bertold Brecht já dizia: “o pior analfabeto é o analfabeto político”.
Está se chegando ao final do meu mandato. No Brasil, o mandato do Executivo é de quatro anos. Entendo que seja muito pouco tempo para você arrumar a casa, avançar em relação as conquistas, em uma sociedade que é muito desigual. As políticas públicas para distribuir melhor a renda, promover justiça social, sofrem muita resistência. Para acabar com essa desigualdade é preciso quebrar muitos privilégios, paradigmas, enfrentar certos poderes estabelecidos da comunicação local. Então fica mais difícil você promover uma distribuição de renda, sobretudo aqui no nordeste, onde existe um controle muito forte da mídia. Com isso quatro anos se faz um tempo muito exíguo. O mandato do poder Executivo no Brasil deveria ser entre cinco e seis anos. E se pudesse haver a coincidência das eleições melhor ainda, porque se reduz custo e o trabalho rende mais, tanto para os Estados quanto para os municípios.

F.A.: Todos os outros candidatos estão propondo que Salvador precisa de uma reforma educacional. Qual é a proposta da sua candidatura para a educação?
J.H.: A educação é o caminho que nós temos para a ascensão social. Salvador ocupava a 26ª posição no IDEB (Índice de Educação Básica) quando assumi a prefeitura. Tirando Brasília, nós temos 26 capitais, então a cidade detinha a última posição no IDEB. Atualmente ocupamos a 16ª posição.
A nossa meta é disputar o primeiro lugar. Em três anos passamos dez capitais, por que não conseguiremos partir para primeiro nos próximos anos? Por isso, qualificamos os professores, que tiveram reajustes salariais em 36% em três anos e meio, quando a inflação nesse período foi de 14%. Começamos nesses três anos o curso de inglês e para o ano teremos o curso de espanhol nas escolas.
Em relação à merenda escolar, nós temos 180 mil alunos, e eles têm como principal refeição do dia, a merenda. Quando assumi encontrei as crianças tomando chocolate com água. Hoje não! Hoje o cardápio é variado, nós melhoramos muito a qualidade da merenda.
O ensino informatizado com a qualificação e a capacitação iniciando-se também na sala de aula foi outra conquista. Atualmente, 100% das nossas escolas têm inclusão digital, têm ensino de computação, têm informática. Foi uma revolução silenciosa e queremos cada vez mais trabalhar na qualidade do ensino público de Salvador.
F.A.: Uma última pergunta candidato: Como especificamente a guarda municipal irá agir, o que a cidade poderá esperar de melhor em relação à segurança? A segurança é atribuição do governo e a prefeitura não tem verba para isso, de onde virá esse dinheiro?
J.H.: O problema que está imposto a Salvador, da violência, da segurança pública é conseqüência da desigualdade social, da concentração de renda que se cultiva no Brasil há muito séculos. A forma para alterar esse quadro seria uma educação de qualidade. A falta da educação, informação, oportunidade ao longo desses quatro séculos e meio de Salvador levou a essa situação, com o aumento da violência. Salvador viu sua população aumentar em 500 mil habitantes nos últimos oito anos. O equivalente a uma Feira de Santana. Isso causa um impacto social, econômico, e sobretudo na segurança pública muito grande.
É um crime transferir todo o problema da segurança pública para os municípios. A Constituição é clara quando diz que a segurança pública é responsabilidade do Estado. Para prevenir e dar segurança pública começamos com um programa chamado “Banho de Luz” reduzindo a violência. Ao assumir o comando da cidade encontramos um dado estatístico muito grave que era 20 assaltos a ônibus por dia. Atualmente são seis. Como nós reduzimos isso? Primeiro com faixa exclusiva para ônibus coisa que Salvador não tinha. Junto a isto instalamos câmeras filmadoras em 78% da frota. Cada ônibus possui quatro equipamentos e hoje já temos cerca de 1.880 dos 2.200 ônibus da cidade equipados com câmeras de segurança.
Estaremos criando o projeto “Trans-salvador” que será uma revolução no transporte coletivo e particular. Nós vamos também desconcentrar o transporte coletivo que hoje é única e exclusivamente dependente do tradicional ônibus para outros modais. O metrô, cuja primeira etapa vai ser entregue em dezembro, a via náutica, que já será aumentada até o mercado modelo e as ciclovias farão parte do projeto.

18 setembro 2008

Imbassahy fala propostas de governo ao Espaço Novo Jornalista

O candidato do PSDB a prefeitura de Salvador, Antônio Imbassahy, esteve na Faculdade 2 de Julho para um debate com os universitários nesta segunda-feira. Foi uma oportunidade para apresentar suas propostas para um possível mandato, caso seja eleito. O candidato conversou com Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista e Folha Salvador antes do diálogo com os estudantes.

Fagner Abrêu: Candidato. O seu maior trunfo na campanha eleitoral é o desempenho dos seus governos anteriores. Nessa época o senhor tinha todo o apoio dos governos Federal e Estadual. Caso ganhe as eleições pelo PSDB, partido que não tem boas relações com o Democratas aqui na Bahia e que faz oposição ao governo do PT nacionalmente, como articular a base de sustentação do seu governo?
Antônio Imbassahy: Bem. Eu governei Salvador por dois mandatos pelo PFL, de 1997 a 2004. Com a Constituição de 1988 as prefeituras tiveram mais autonomia. As verbas que vêm do Governo Federal já caem direto nas contas da prefeitura, sem passar pelo Estado. Em relação ao governador Jacques Wagner nós fazemos parte da base de apoio do seu governo. Nós apoiamos a sua candidatura ao governo do Estado e com o presidente Lula eu tenho uma boa relação. No dia do lançamento da minha candidatura a prefeito de Salvador, o governador esteve presente e disse que muito alegrava a ele caso eu ganhe as eleições. Depois com a candidatura de Pinheiro ao prefeitura, candidato do seu partido, ele disse que era o candidato dele, o que é normal. Então não vejo que terei problemas em uma futura administração em relação aos governos Federal e Estadual.

F.A.: O prefeito João Henrique em entrevista ao Folha Salvador, afirmou que ao assumir a prefeitura encontrou a educação ocupando a 26ª posição no IDEB no ranking das capitais do país. Atualmente a capital ocupa a 16ª posição. Em tese, houve melhorias. O que o senhor vai manter e o que vai mudar caso seja eleito?
A.I.: Esse índice do IDEB não é padrão até porquê ele flutua muito. Mas em relação à educação em meu governo ela foi muito bem trabalhada. Construímos escolas municipais de primeiro e segundo graus, capacitamos os professores dando graduação plena, criamos o Portal Universitário, onde as faculdades privadas dão descontos aos professores da rede municipal para graduação e pós graduação, aumentamos o número de professores, merenda escolar de qualidade. Criamos o IPS, Instituto de Previdência do Servidor, e que com a gestão atual não está funcionando bem.

F.A.: Em seus dois mandatos o senhor construiu apenas 25 postos de saúde. Uma de suas propostas para essa gestão é construir 100 postos. De onde virá esse dinheiro, considerando que as dificuldades devem ser maiores?
A.I.: Quando acabou o mandato deixei 117 postos de saúde, todos eles funcionando, e funcionando bem. A maior receita que a prefeitura recebe em relação a saúde vem do Governo Federal e equivale a 75% um total de quase R$ 750 milhões. O restante é da receita do próprio município. Bem, para se montar um posto de saúde se gasta cerca de R$ 300 mil, sendo ele completo, com equipamentos. Então é possível. Eu consegui na outra gestão, sendo que naquela época o Brasil enfrentara inúmeras crises e os recursos estavam mais difíceis por parte do Governo Federal. Hoje o Brasil está mais preparado e não vejo dificuldades. Pretendo construir mais três maternidades para atender as regiões de Itapuã, São Cristóvão, Mussurunga, Subúrbio, Cajazeiras e Fazenda Grande. A vaga garantida para o parto onde ela, a mãe, ganhará uma carteira onde estarão contidos seus dados pessoais e mais o mês previsto para o parto e onde ela ganhará o bebê. É possível trabalhar para o bem estar do povo.

Antes de iniciar o debate com os estudantes, o candidato ainda falou sobre suas propostas em relação a cultura. Imbassahy afirmou que devido aos inúmeros problemas que a saúde, a educação, a segurança pública têm vivido na atual gestão, a cultura tem perdido espaço. Porém, o candidato frisou que Salvador é o berço cultural do Brasil e que este potencial tem que ser explorado. Ele afirmou que pretende revitalizar o Pelourinho e investir no poder cultural do povo de Salvador. Pretende criar espaços para eventos nos bairros e dar apoio às bandas de música, grupos de dança, teatro, artes, artesanato, capoeira, entre outros.