PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

31 março 2009

Gênio da literatura não vai mais escrever

O escritor Colombiano Gael García Marques, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, não voltará mais a escrever. García Marques, 82 anos, autor de vários livros dentre eles "Cem anos de solidão", afirmou durante a Feira do Livro de Guadalajara no mês passado declarou que escrever livros da trabalho.

A agente literária Carmen Barcells já estava prevendo esse fato. "Acho que Garcia Marques não voltará a escrever mais", disse ao jornal chileno La Tercera. Ela assegurou que o autor representa cerca de 36,2% do faturamento de sua agencia literária.


O escritor Gerald Martin, autor da única biografia de Gabriel García Marques, se diz concordar a agente literária. Mas ele ressalta que o escritor tem livros prontos guardados mas não sabe serão publicados.


Se de fato, o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, abandonar a escrita iremos perder um dos maiores escritores do mundo. Jornalista, ativista político e cineasta o escritor contribuiu muito para que o mundo mirasse seus olhos para o sul, em especial para a América do Sul. Depois de Pablo Neruda e suas metáforas vejo García Marques como criador do realismo mágico.

24 março 2009

Vigilantes caminham por melhores salários

Vigilantes e seguranças de toda a cidade saíram em passeata pelas ruas de Salvador reivindicando um reajuste salarial e benefícios como alimentação e seguro de vida. A manifestação saiu do Comércio, na Avenida Estados Unidos, em direção a Avenida ACM, no Iguatemi.
A classe solicita aos patrões um aumento de 6,36% sobre o salário – que atualmente é de R$ 550, um ganho real de 12% baseado no crescimento do setor da segurança privada. Outra exigência é aumento no ticket alimentação no valor de R$ 10 (atualmente é de R$ 5,50). Eles pedem um adicional de 30% por risco de vida.
Os seguranças e vigilantes são pessoas que vivem constantemente em perigo. Um salário no valor atual leva a uma desvalorização do profissional devido ao grau de periculosidade. O ticket alimentação é um desrespeito ao trabalhador, tendo em vista que, um Prato Feito (popular P.F.) está no valor de R$ 6, ou seja, os trabalhadores tem que contribuir com R$ 0,50 a mais.
Agora é aguardar pra ver qual o resultado será. Se a passeata de cerca de 10 quilômetros terá êxito ou tudo acabará em pizza.

Novo Jornalista mais opininativo

Caros leitores do Espaço Novo Jornalista. Nesse semestre o nosso blog será atualizado mais constantemente, com textos opinativos mas também com nossas reportagens, entrevistas e crônicas que é a principal característica de nosso site.

Então amigos, vamos nos deliciar em uma gostosa leitura.

04 março 2009

Muito bacana, muito legal: Bué da Fixe

De uma hora para outra, as rádios de Salvador começaram a tocar “o som que vem da rua”, uma música de um grupo denominado Bué da Fixe. As pessoas se perguntavam o que significava o nome dessa banda e de onde surgiu. Com cara de menino, mas com uma força de vontade enorme de vencer no seu projeto, a banda Bué da Fixe, Allan Spínola, uma das revelações do Carnaval de Salvador deste ano, conta a Fagner Abreu, do Folha Salvador, o significado do nome da banda, como ele se descobriu cantor e os projetos para o futuro. Com apenas 25 anos - 14 destes dedicados à música – Allan, com seu timbre forte e grande carisma está prestes a se tornar uma estrela da chamada Axé Music.

Folha Salvador - Allan, desde muito pequeno você já se interessava pela música. Seu começo foi cantando em um coral da Igreja Batista. Como foi o período de transição para a axé music?

Allan Spínola – Curuminhoo... Sempre me imaginava cantando e essas imagens sempre foram eu estar cantando em cima de um trio elétrico. Então, acho que não mudou nada, pelo menos no meu interior, no meu coração lá dentro e fora. No banheiro (risos) sempre fui cantor de axé.

FS - Você disse uma vez que desafinava em casa para que a família não descobrisse que cantava bem. Seus pais não queriam cantores na família?

AS - Muito pelo contrário. Eles, quando descobriram, ficaram bué felizes. Eu que tinha vergonha mesmo.

FS - Foi na missa de sétimo dia de seu tio que você mostrou o seu verdadeiro dom, não foi isso?

AS - Até então só meus amigos sabiam que eu tinha jeito para a música. Eu sou muito tímido e até para cantar para eles, eu tinha que estar tomando umas ( bebida alcoólica). Em 2002, morreu o meu tio e resolvi cantar uma música gospel na missa de sétimo dia. Foi uma surpresa para todos e foi linda a homenagem. Depois disso, uns primos me convidaram para cantar em um grupo de samba. Durou pouco tempo porque eu tinha 18 anos e era muito verde e tímido para estar a frente de uma banda. Por isso saí.

FS - Você chegou a integrar um grupo de samba e em 2004 foi back vocal de uma banda de axé. Que banda foi essa?

AS - Em 2004, eu vi um anúncio no jornal “precisa-se de backing vocal para banda de axé”. Corri para ligar e o cara disse que eu tinha que mandar, por e-mail, umas fotos e áudios para mostrar o meu trabalho. Era tanta coisa, que falei para ele que não tinha acesso a Internet para enviar o que ele queria, mas poderia cantar ao telefone. Depois disso, ele mandou eu ir fazer um teste e fiquei na Banda Balada Nova, por seis meses.

FS - E sua estada em Portugal, como foi? Foi lá que você conseguiu formar a Bué da Fixe, não é isso?

AS - Fui para Lisboa trabalhar em uma loja de antiguidades. Depois de um tempo passei a frequentar barzinhos e conheci vários brasileiros que faziam som nesses bares e todas as sextas-feiras, à noite, eu ía “dar canjas” com eles. Depois de um tempo, montamos “Os Bué da Fixe”. Éramos cinco integrantes e não era nada parecido com a banda atual Bué da Fixe. A sorte caiu sobre a gente quando, meu chefe da loja de antiguidades, me perguntou o que eu iria fazer com o dinheiro que juntava. Eu respondi que voltaria ao Brasil para comprar uma casa e montar uma banda de axé porque era o meu sonho e que axé só dava certo se fosse em Salvador. Acho que ele teve pena, sei lá; Deus tocou o coração dele e ele foi nos assistir. Gostou muito e resolveu apostar, mas tinha o prazo de um ano para ajeitar a vida e os negócios dele por lá. Enquanto não voltava, fui me preparando. Fiz aulas de canto até voltar para o Brasil.

FS - Está sendo muito difícil entrar no mercado concorrido da axé music?

AS - Graças a Deus, 2008 foi um ano que aconteceu muita coisa boa com a Bué da Fixe. A nossa música foi uma das mais tocadas no verão. No Carnaval as pessoas responderam muito bem à nossa música. Muita gente mal conhecia a banda e mesmo assim transmitia para a gente muito carinho e estou muito feliz. Acho que as coisas estão acontecendo devagar e vai acontecer mais na hora certa. É difícil e é trabalhoso, mas não é impossível .

FS - Você esse ano cantou no maior festival de música do país, o Festival de Verão Salvador. A partir daí você acredita que a banda criou maturidade pra enfrentar o carnaval?

AS - Acho que sim! Não só o Festival, mas também os ensaios na boate Madrre serviram como um pré-vestibular. Eu fui me conhecendo cada vez mais, me descobrindo como artista. Comecei a testar o que poderia dar certo no repertório e perceber o que a galera mais gostava de escutar. Sempre um ensaio melhor que o outro. A casa lotava. Depois fui ao Festival de Verão que serviu como ensaio geral da banda, com um público diferente do que eu estava acostumado na Madrre. Comecei o show com 50 pessoas mais ou menos e de repente a Arena Conta Universitária Bradesco estava completamente lotada. Havia ali umas 2500 pessoas. A partir desse momento, eu pude sentir o calor do público. Foi resposta o tempo inteiro. Aquele público me surpreendeu de verdade. Eu pude ver que, a Bué da Fixe, já era querida. Tudo isso me deu mais maturidade e forças para encarar o carnaval.

FS - A banda tem apenas oito meses de formação e você já conseguiu grande êxito. Foi eleito pelas rádios o melhor cantor revelação deste ano e está concorrendo ao Dodô e Osmar, e como forte candidato. Como você se sente prestes a ganhar projeção nacional e qual foi a sensação de subir em um trio elétrico, agora como líder de uma banda?

AS - Quando eu subi no trio foi maravilhoso. Acho que a ficha ainda não caiu e muita coisa boa aconteceu nos dias de Carnaval. Recebi muito carinho de todo mundo (minha família, meus amigos, pessoas que apreciam o nosso trabalho, da minha banda, dos meus produtores, de artistas já consagrados como Saulo da Banda Eva, que cantou comigo na Casa D’Itália, de Serginho Fernandes que cantou a minha música, Marcio Vítor, que também cantou “O som que vem da rua”, Alexandre Peixe, que me cumprimentou duas vezes e me viu quando ele passou no trio). Ivete Sangalo, Tatau e Tonho Matéria também falaram comigo. Foi tudo lindo, foi perfeito e até hoje não durmo direito (risos). Tudo isso é o que eu mais quero na minha vida. Ser reconhecido pelo meu trabalho. Aliás, todas as pessoas querem que o seu trabalho seja conhecido por toda parte e por toda gente, não é? Estou muito feliz com tudo isso e quero dizer para as pessoas que isso é resultado de um sonho e de muito trabalho. Nós estamos começando agora, ainda sou um “bebê” e tenho muito ainda para aprender e... é isso aí.

FS - Já falamos de Bué da Fixe, mas o que significa o nome da banda?

AS - Bué da Fixe significa muito bacana, muito legal, coisa muito boa. Bué significa muito, e Fixe legal. É uma gíria da galera de Portugal.

FS - O que podemos esperar do grupo e do vocalista Allan Spínola daqui pra frente?

AS - Música boa, bons shows e amor em tudo o que partir de mim e da Bué da Fixe.

publicado no Folha Salvador.