PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

19 agosto 2008

Falta de estrutura compromete presente e futuro do esporte em Salvador

Em pleno ano olímpico, a população de Salvador se depara com um problema que envolve a prática do esporte em todas as modalidades. A falta de infra-estrutura dos estádios e ginásios faz com que atuais e futuros atletas tenham dificuldades para evoluir do amadorismo para o profissionalismo, não conseguindo disputar grandes campeonatos.

No final de 2007, o Estádio Octávio Mangabeira, a Fonte Nova, foi interditado depois do acidente no jogo entre o Bahia e o Vila Nova, quando sete pessoas morreram após o desabamento da arquibancada. Com a tragédia, e por não apresentar dimensões oficiais, de acordo com os padrões nacional e internacional, o Ginásio Antonio Balbino (o Balbininho) foi também interditado.

Assim, não há espaço para o treino nas modalidades como basquete, vôlei, futsal e handebol, e não há como trazer eventos esportivos, além do futebol, para a capital baiana. “Nós estamos abaixo da crítica em relação ao resto do País”, afirma o presidente da Federação Baiana de Futsal, Hylberto Almeida. “Em Salvador, nos esportes de quadra, não vamos a lugar nenhum por falta de um ginásio esportivo”, acrescenta.

Em relação à natação não é muito diferente. Na cidade, existe apenas uma piscina com dimensões olímpicas, a do Parque Aquático da Bahia (Fonte Nova), que corre o risco de ser desativada. “Com o fechamento da Associação Atlética da Bahia e do Clube Português, perdeu-se duas piscinas olímpicas, sobrando apenas a Vila Olímpica, que, com o problema da Fonte Nova, também está ameaçada. Se tiver obras, a gente vai ficar sem piscina olímpica”, alerta o nadador Marcelo Collet, representante baiano nas Paraolimpíadas de Pequim.

O Governo da Bahia mantém o Programa FazAtleta, que tem o objetivo de estimular a formação e desenvolvimento de novos atletas, mas que não prevê a criação e ocupação de espaços apropriados para isto. Assim, o programa se torna ineficiente.

“Salvador por muitos anos foi uma cidade voltada apenas para o Carnaval e festas populares e se esqueceu de investir no esporte”, afirma Bruno de Barros, assessor chefe da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Salvador (SMEL). A secretaria, com a intenção estimular novos atletas, estuda a criação de uma arena esportiva multiuso – com piscina, pista de atletismo e quadra poliesportiva. “O processo de criação desta arena já está na fase de contratação e provavelmente será no subúrbio de Paripe”, informa Barros.

A Secretaria de Esporte também anuncia que desenvolve estudos para a criação de um centro de formação de pugilistas. “Nós queremos trazer para Salvador um centro de alto rendimento para o esporte, pois temos uma safra muita grande de atletas aqui na cidade”, afirma Adonias Rios, coordenador de Lazer e Entretenimento da SMEL, com base no fato de que cinco dos oito atletas brasileiros convocados a Pequim são da capital.

Para Marcelo Collet, a falta de infra-estrutura para a prática de esportes pode impedir a transformação de promessas em talentos. “Uma coisa básica no esporte é a infra-estrutura e se não tiver, a gente não vai colher frutos como Allan do Carmo (maratona aquática), Verônica Almeida (natação paraolímpica) e eu”, diz.

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