PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

07 janeiro 2011

Um show de Brasil, um show de Daniela Mercury


Ela é um furacão! Por onde passa arrasta multidões. Do alto do seu TRIATRO encanta o Brasil e o mundo, sem perder as suas raízes. Há 18 anos ostenta o título de Rainha do Axé e é a artista brasileira com maior reconhecimento internacional. Estou falando de Daniela Mercury, que na noite do dia 31 de dezembro gravou o seu sexto DVD no réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Um show de Brasil nas areias de Copacabana foi o que Daniela promoveu para cariocas e turistas do Brasil e do mundo. “Quero ver o mundo sambar” foi prometido e realizado por Daniela. Um mar de gente se confundia com a costa atlântica da cidade maravilhosa. Canibália, que para a cantora significa “misturar o mundo”, leva o país para o mundo no DVD Canibália – Ritmos do Brasil.

No show, a batida eloqüente dos índios, com o Boi Garantido, o samba da escola campeã de 2010 Unidos da Tijuca, a batucada do Afrolata e o rufar dos tambores da Didá fizeram o show se transformar em um espetáculo. Certa vez o filósofo Walter Pater escreveu: “Toda arte aspira continuamente à condição da música”. E Daniela, com sua sabedoria, trouxe a arte das regiões brasileiras para sua música. Mais uma vez ela inova.

No fundo do palco, um telão de led projeta telas, pinturas de diversos artistas. E com uma introdução magnífica Mercury começa seu show, uma magia, uma verdadeira mostra de profissionalismo e emoção.

O DVD começa com Benção do Samba, uma série de canções de Dorival Caymmi e Ary Barroso e Daniela Mercury mostra que o samba nasceu na Bahia quebrando preconceitos, “se hoje ele é branco na poesia, ele é preto demais no coração”.

Em seguida ela traz Preta, de J. Velloso, Mariene de Castro, Seu Jorge, Gabriel Moura e Wallace Jeferson, que mesclado com Sorriso Negro, mostra toda a força da miscigenação brasileira.

Uma homenagem ao mais belo bloco de afoxé baiano, o Ilê Ayê, é cantado, dançado e encenado ao som de O mais belo dos belos,Por Amor ao Ilê e Ilê, Pérola Negra.

Em um passe de mágica Carmem Miranda aparece e ao som de O que é a que a baiana tem, a pequena notável baiana encontra sua inspiração.

“Latina com seu jeito doce de menina”, Daniela Mercury enaltece a América Latina, sua casa, onde sua voz ecoa ao som de Sol do Sul.

As releituras de Minas com Bahia e Rapunzel do album Feijão com Arroz e das músicas Quero a felicidade e Música de rua animaram o público carioca que dançaram o famoso kuduro angolano.

O Afrolata entra em cena e com a percussão de Vigário Geral, mostra a força dos morros cariocas ao som de O Reggae e o Mar. Uma apresentação impecável.

Em Trio em Transe o cinema nacional é retratado por Daniela em uma verdadeira obra de arte. E em seguida, ela relembra seus 13 anos de idade, traz Elis Regina, na música de Belchior, Como nossos pais.

As duas novas músicas de trabalho são apresentadas ao público carioca. Com o arranjo de um reggae ela canta Iluminado, de Vander Lee e incendeia Copacabana com uma preta festa santa e grita É Carnaval.

A toda majestosa, campeã do carnaval carioca em 2010, Unidos da Tijuca, entra em cena. Com uma belíssima apresentação Daniela faz o mundo se render ao Samba e canta Vide Gal e Quero ver o mundo sambar.

A seguir, uma das partes mais lindas do espetáculo. Entra em cena Parintins, o Boi Garantido, com sua percussão forte transforma a terra do sambódromo em um Bumbódromo. Ao som de Paixão de Coração e Vermelho, o furacão abala as areias de Copa.

Pra finalizar, a música afro entra em cena com Oyá Por nós, Swing da Cor, Maimbê Dandá e mostra que o canto do Rio de Janeiro também é dela, com o Canto da Cidade.

Definitivamente em talento, criatividade, competência e profissionalismo, está para nascer outra cantora baiana que superará a “rainha do axé”.