PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

17 fevereiro 2010

Daniela Mercury: Uma odisséia no carnaval 2010

São tantas as homenagens, ou são tantas as emoções, como diz o rei Roberto Carlos?! O ciclo de homenagens começa com Dara, que em Yorubá significa “beleza”- Daniela Mercury compôs para homenagear as mulheres, no CD Sol da Liberdade lançado em 2000. A cada ano a cantora inova seu carnaval, dando jus ao título eterno de rainha do axé. E este ano não foi diferente.

Sábado de carnaval, uma demora, uma agonia, uma espera. Chego ao circuito Barra-Ondina, naquela agonia de procurar o Triatro e não o via. Queria sentir aquela emoção estática, antes da minha musa subir na passarela principal. Queria ver como a orquestra iria se posicionar naquele teatro andante.

Encontro amigos, conversa vai-conversa vem, mas a cabeça, a mente estava sintonizada em apenas um lugar. O que a nossa pequena notável iria aprontar desta vez? E de repente ouço aquela voz, única que arrepia, chamando todos os seus fãs a seguir atrás do nosso “Andarilho Encantado”. A pé ou de caminhão, o coração bateu mais forte. Estava, enfim começando a emoção, o grito de um carnaval, um presente pra todos nos.

Quando chego ao Farol da Barra, lá está ela, vestida de bailarina da caixinha de música, o Triatro com tapumes vermelhos, a Banda Daniela Mercury posicionada em baixo e a Orquestra Neojibá – de artistas infanto-juvenis – regida pelo maestro Ricardo Castro na passarela principal. Daniela estava terminando de apresentar sua música de trabalho, Andarilho Encantado, e em seguida, com um arranjo mesclado entre música clássica e samba-reggae, ela canta Protesto Olodum, começando ali às homenagens a Neguinho do Samba, fundador do samba-reggae. Aquela letra forte, na voz incidental de Daniela e com um acordes de violinos, violoncelos, flauta, dentre outros instrumentos e tocados por crianças, me fez arrepiar todo e mais uma vez eu não me contive. Não somente eu, todos ao meu redor, choravam clamando liberdade ao povo do Pelô. Os camarotes aplaudiram aquela apresentação única no carnaval de Salvador. Era mais uma vez Daniela Mercury, a voz que dança, fazendo história.

A partir daí ela prosseguiu o seu desfile homenageando o samba-reggae, com um batuque negro. E a rainha do Samba-reggae não esqueceu o rei do Pop e trouxe á avenida Don’t care about us na voz de Dani Nascimento. Uma pipoca de luxo, um presente dos deuses.

E por fim Daniela parou no Expresso 2222 e encontrou o seu maestro Gilberto Gil e mais uma vez um show de interpretação. Homenageando Carlinhos Brown, juntos cantaram Sou Faraó e fecharam a participação cantando o Samba da minha terra, samba de benção e Luz de Tieta, reformulada nas cordas da Neojibá.

Que momento único! Com atitudes se transformam as coisas e é assim que Daniela Mercury consegue ser essa “canibalista”, e me remete a uma frase famosa no mundo todo de Antoine de Saint Exupére: “Tu te tornas, eternamente responsável por aquilo que cativas.”

2 comentários:

Anônimo disse...

otimo

Lucas Gonçalves disse...

Opinião de um jovem sobre o plano nacional de banda larga e o monopólio da correspondência no Brasil? Acesse http://vivendoideais.blogspot.com/