PLANTÃO ÚLTIMO SEGUNDO

25 setembro 2008

Hilton Coelho apresenta suas propostas

O candidato a prefeito de Salvador pelo PSOL, Hilton Coelho, esteve no auditório da Faculdade 2 de Julho nesta quarta-feira 3 de setembro para debate com os estudantes. Hilton respondeu perguntas sobre seu plano de governo, suas propostas, sobre como ele agiria uma vez eleito, considerando a grande resistência na Câmara Municipal, a questão da segurança pública, entre outros. Hilton concedeu uma entrevista exclusiva a Fagner Abrêu do Espaço Novo Jornalista e Folha Salvador antes da palestra e apontou alguns problemas que a cidade vem tendo assim como a importância desse diálogo com os estudantes.

FAGNER ABRÊU: Qual é a importância desse diálogo com os estudantes?
Hilton Coelho: É uma importância muito grande. Estamos fazendo uma preliminar do que seria o nosso próximo governo. Para nós existe uma possibilidade de transformar a vida de Salvador em uma forte mobilização da sociedade na política. O segmento universitário é sem dúvida um segmento privilegiado porque tem responsabilidade social, principalmente em pensar a pesquisa e extensão.
Não podemos pensar em nossa cidade de maneira imediatista, superficial, mas sim em longo prazo. Esta relação tem sido muito pouca aproveitada nas administrações. Essa é uma das nossas críticas. O vínculo dessa administração municipal com a população universitária é muito fraco. Eu costumo dizer que a pesquisa e a extensão universitária não podem se transformar em prestação de serviço para a prefeitura. Elas têm um significado muito mais profundo que isso e em função dessa característica elas se tornam muito subaproveitada.

F.A.: Nas pesquisas de opinião, os candidatos do PSOL têm percentual pequeno de votos, em todo o país. Então, na prática, nem sempre se está falando na possibilidade de vitória imediata nas urnas. Qual a importância de se ter um partido de “resistência” como diz seu slogan de campanha, nas eleições?
H.C.: O PSOL é um partido novo e esta é a sua primeira eleição para prefeito e vereador em Salvador. O que eu costumo dizer que o que vai ser revelado nas urnas é uma incógnita. Salvador, inclusive a Bahia, tem demonstrado um resultado surpreendente.
Na eleição passada, um candidato estava confirmado para ganhar no primeiro turno, e outro candidato foi o vencedor. Para nós, esses resultados expressivos são questionáveis no sentido deles terem dificuldade de captar a dinâmica do processo eleitoral. Concluo dizendo que o PSOL pode ser um partido pequeno na situação inicial de construção, mas ele é grande nas idéias.

F.A.: O candidato João Henrique em debate realizado ontem aqui na Faculdade 2 de Julho falou muito da conquista da autonomia da cidade em seu governo. Essa autonomia existe? E se não existe, como seria?
H.C.: Ela existe. A prefeitura tem uma margem de mão-de-obra para fazer investimento na cidade como por exemplo na Secretaria de Saúde e Educação que precisa de mais recursos. A prefeitura tem arrecadação própria que é bem expressiva e vem aumentando no último período. Porém Salvador passa por uma situação muito difícil na aplicação desses recursos. A prefeitura se preocupa em atender interesses particularistas do empresariado. Infelizmente muitos desses recursos são desviados.
O caso do metrô é emblemático. Uma obra que parou muitas vezes e que, com o passar dos tempos, foi se encarecendo. É uma obra que começou com R$ 478 milhões de gastos e que agora já chega a R$ 1 milhão. Essas interrupções foram feitas através de denúncias de irregularidades. O que nós queremos é que o capital da prefeitura deixe de ser focado para o setor privado, mas sim para as pessoas que precisam.

F.A.: Seu jingle é um dos mais lembrados nas eleições desse ano em Salvador, mas é grande o desconhecimento dos eleitores sobre sua plataforma, aliás, sobre todas as plataformas. O senhor não teme ser apenas parte de uma letra de música?
H.C.: A música revela a identidade cultural do nosso povo e que é focado na nossa ideologia, como por exemplo, a afro-descendência. Os afro-descendentes são a maioria em nossa cidade. A música por si só já espelha pontos de vista em relação à massa, ainda que, em uma dimensão mais simbólica.
Os debates políticos têm sido poucos, apesar de existir uma enorme vontade da sociedade. A comunidade universitária vem querendo realizá-los, mas cerca de quatro debates em universidades e faculdades, foram cancelados em função da falta de disposição dos outros candidatos. No CEFET, por exemplo, chegamos a fazer o debate sozinhos. Esses debates programáticos nós estamos fazendo e disposto a fazer.
Em relação ao marketing da candidatura isso não é o ponto de vista principal para a nossa campanha. Nós não queremos posicionar nossa candidatura ao grande financiamento do empresariado porque isso cria laços com a administração pública. Optamos por uma campanha com menos recursos, cerca de 40 vezes menos que a do candidato que gasta mais.

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