
Fagner Abrêu: Em 2004, o senhor esteve na Faculdade 2 de Julho, como candidato, para um debate com os estudantes. Como se sente vindo agora como prefeito? Qual a importância desse diálogo?
João Henrique: Eu sinto uma grande satisfação de estar aqui. O diretor, professor Josué, é uma pessoa que eu admiro há muitos anos e a Faculdade 2 de Julho muito me honra pela sua tradição. Venho aqui porque entendo ser muito importante a participação dos estudantes no processo sucessório do comando da cidade, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo. Acredito ser de fundamental importância essa participação. Dizer que na política não existe políticos de bem é querer generalizar. É como você condenar todos os profissionais de saúde por causa de uma falha médica realizada por outro profissional. Eu sou contra a esse alheamento, afastamento do cidadão em relação ao voto e participação na política. Como sou contra aos que defendem o voto nulo, como forma de protesto. Temos que participar para que possamos cobrar. Bertold Brecht já dizia: “o pior analfabeto é o analfabeto político”.
Está se chegando ao final do meu mandato. No Brasil, o mandato do Executivo é de quatro anos. Entendo que seja muito pouco tempo para você arrumar a casa, avançar em relação as conquistas, em uma sociedade que é muito desigual. As políticas públicas para distribuir melhor a renda, promover justiça social, sofrem muita resistência. Para acabar com essa desigualdade é preciso quebrar muitos privilégios, paradigmas, enfrentar certos poderes estabelecidos da comunicação local. Então fica mais difícil você promover uma distribuição de renda, sobretudo aqui no nordeste, onde existe um controle muito forte da mídia. Com isso quatro anos se faz um tempo muito exíguo. O mandato do poder Executivo no Brasil deveria ser entre cinco e seis anos. E se pudesse haver a coincidência das eleições melhor ainda, porque se reduz custo e o trabalho rende mais, tanto para os Estados quanto para os municípios.
João Henrique: Eu sinto uma grande satisfação de estar aqui. O diretor, professor Josué, é uma pessoa que eu admiro há muitos anos e a Faculdade 2 de Julho muito me honra pela sua tradição. Venho aqui porque entendo ser muito importante a participação dos estudantes no processo sucessório do comando da cidade, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo. Acredito ser de fundamental importância essa participação. Dizer que na política não existe políticos de bem é querer generalizar. É como você condenar todos os profissionais de saúde por causa de uma falha médica realizada por outro profissional. Eu sou contra a esse alheamento, afastamento do cidadão em relação ao voto e participação na política. Como sou contra aos que defendem o voto nulo, como forma de protesto. Temos que participar para que possamos cobrar. Bertold Brecht já dizia: “o pior analfabeto é o analfabeto político”.
Está se chegando ao final do meu mandato. No Brasil, o mandato do Executivo é de quatro anos. Entendo que seja muito pouco tempo para você arrumar a casa, avançar em relação as conquistas, em uma sociedade que é muito desigual. As políticas públicas para distribuir melhor a renda, promover justiça social, sofrem muita resistência. Para acabar com essa desigualdade é preciso quebrar muitos privilégios, paradigmas, enfrentar certos poderes estabelecidos da comunicação local. Então fica mais difícil você promover uma distribuição de renda, sobretudo aqui no nordeste, onde existe um controle muito forte da mídia. Com isso quatro anos se faz um tempo muito exíguo. O mandato do poder Executivo no Brasil deveria ser entre cinco e seis anos. E se pudesse haver a coincidência das eleições melhor ainda, porque se reduz custo e o trabalho rende mais, tanto para os Estados quanto para os municípios.
F.A.: Todos os outros candidatos estão propondo que Salvador precisa de uma reforma educacional. Qual é a proposta da sua candidatura para a educação?
J.H.: A educação é o caminho que nós temos para a ascensão social. Salvador ocupava a 26ª posição no IDEB (Índice de Educação Básica) quando assumi a prefeitura. Tirando Brasília, nós temos 26 capitais, então a cidade detinha a última posição no IDEB. Atualmente ocupamos a 16ª posição.
A nossa meta é disputar o primeiro lugar. Em três anos passamos dez capitais, por que não conseguiremos partir para primeiro nos próximos anos? Por isso, qualificamos os professores, que tiveram reajustes salariais em 36% em três anos e meio, quando a inflação nesse período foi de 14%. Começamos nesses três anos o curso de inglês e para o ano teremos o curso de espanhol nas escolas.
Em relação à merenda escolar, nós temos 180 mil alunos, e eles têm como principal refeição do dia, a merenda. Quando assumi encontrei as crianças tomando chocolate com água. Hoje não! Hoje o cardápio é variado, nós melhoramos muito a qualidade da merenda.
O ensino informatizado com a qualificação e a capacitação iniciando-se também na sala de aula foi outra conquista. Atualmente, 100% das nossas escolas têm inclusão digital, têm ensino de computação, têm informática. Foi uma revolução silenciosa e queremos cada vez mais trabalhar na qualidade do ensino público de Salvador.
F.A.: Uma última pergunta candidato: Como especificamente a guarda municipal irá agir, o que a cidade poderá esperar de melhor em relação à segurança? A segurança é atribuição do governo e a prefeitura não tem verba para isso, de onde virá esse dinheiro?
J.H.: O problema que está imposto a Salvador, da violência, da segurança pública é conseqüência da desigualdade social, da concentração de renda que se cultiva no Brasil há muito séculos. A forma para alterar esse quadro seria uma educação de qualidade. A falta da educação, informação, oportunidade ao longo desses quatro séculos e meio de Salvador levou a essa situação, com o aumento da violência. Salvador viu sua população aumentar em 500 mil habitantes nos últimos oito anos. O equivalente a uma Feira de Santana. Isso causa um impacto social, econômico, e sobretudo na segurança pública muito grande.
É um crime transferir todo o problema da segurança pública para os municípios. A Constituição é clara quando diz que a segurança pública é responsabilidade do Estado. Para prevenir e dar segurança pública começamos com um programa chamado “Banho de Luz” reduzindo a violência. Ao assumir o comando da cidade encontramos um dado estatístico muito grave que era 20 assaltos a ônibus por dia. Atualmente são seis. Como nós reduzimos isso? Primeiro com faixa exclusiva para ônibus coisa que Salvador não tinha. Junto a isto instalamos câmeras filmadoras em 78% da frota. Cada ônibus possui quatro equipamentos e hoje já temos cerca de 1.880 dos 2.200 ônibus da cidade equipados com câmeras de segurança.
Estaremos criando o projeto “Trans-salvador” que será uma revolução no transporte coletivo e particular. Nós vamos também desconcentrar o transporte coletivo que hoje é única e exclusivamente dependente do tradicional ônibus para outros modais. O metrô, cuja primeira etapa vai ser entregue em dezembro, a via náutica, que já será aumentada até o mercado modelo e as ciclovias farão parte do projeto.
J.H.: A educação é o caminho que nós temos para a ascensão social. Salvador ocupava a 26ª posição no IDEB (Índice de Educação Básica) quando assumi a prefeitura. Tirando Brasília, nós temos 26 capitais, então a cidade detinha a última posição no IDEB. Atualmente ocupamos a 16ª posição.
A nossa meta é disputar o primeiro lugar. Em três anos passamos dez capitais, por que não conseguiremos partir para primeiro nos próximos anos? Por isso, qualificamos os professores, que tiveram reajustes salariais em 36% em três anos e meio, quando a inflação nesse período foi de 14%. Começamos nesses três anos o curso de inglês e para o ano teremos o curso de espanhol nas escolas.
Em relação à merenda escolar, nós temos 180 mil alunos, e eles têm como principal refeição do dia, a merenda. Quando assumi encontrei as crianças tomando chocolate com água. Hoje não! Hoje o cardápio é variado, nós melhoramos muito a qualidade da merenda.
O ensino informatizado com a qualificação e a capacitação iniciando-se também na sala de aula foi outra conquista. Atualmente, 100% das nossas escolas têm inclusão digital, têm ensino de computação, têm informática. Foi uma revolução silenciosa e queremos cada vez mais trabalhar na qualidade do ensino público de Salvador.
F.A.: Uma última pergunta candidato: Como especificamente a guarda municipal irá agir, o que a cidade poderá esperar de melhor em relação à segurança? A segurança é atribuição do governo e a prefeitura não tem verba para isso, de onde virá esse dinheiro?
J.H.: O problema que está imposto a Salvador, da violência, da segurança pública é conseqüência da desigualdade social, da concentração de renda que se cultiva no Brasil há muito séculos. A forma para alterar esse quadro seria uma educação de qualidade. A falta da educação, informação, oportunidade ao longo desses quatro séculos e meio de Salvador levou a essa situação, com o aumento da violência. Salvador viu sua população aumentar em 500 mil habitantes nos últimos oito anos. O equivalente a uma Feira de Santana. Isso causa um impacto social, econômico, e sobretudo na segurança pública muito grande.
É um crime transferir todo o problema da segurança pública para os municípios. A Constituição é clara quando diz que a segurança pública é responsabilidade do Estado. Para prevenir e dar segurança pública começamos com um programa chamado “Banho de Luz” reduzindo a violência. Ao assumir o comando da cidade encontramos um dado estatístico muito grave que era 20 assaltos a ônibus por dia. Atualmente são seis. Como nós reduzimos isso? Primeiro com faixa exclusiva para ônibus coisa que Salvador não tinha. Junto a isto instalamos câmeras filmadoras em 78% da frota. Cada ônibus possui quatro equipamentos e hoje já temos cerca de 1.880 dos 2.200 ônibus da cidade equipados com câmeras de segurança.
Estaremos criando o projeto “Trans-salvador” que será uma revolução no transporte coletivo e particular. Nós vamos também desconcentrar o transporte coletivo que hoje é única e exclusivamente dependente do tradicional ônibus para outros modais. O metrô, cuja primeira etapa vai ser entregue em dezembro, a via náutica, que já será aumentada até o mercado modelo e as ciclovias farão parte do projeto.
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